segunda-feira, 29 de setembro de 2025

7 anos do Nícolas

Nos últimos 3 anos ( completando 4, 5 e 6 anos de idade) comemoramos a festa do Nícolas na cobertura do prédio da titia, que tem uma piscina infantil. Como o aniversário dele é sempre no calor e na seca, piscina é uma boa pedida. Mas agora que ele tem 7 e vários amigos da nova escola tem 8 e até mesmo 9 anos, achei que a piscina já estava pequena demais pra tanta criança "grande", e por isso esse ano decidi não fazer a festa lá.

Então sugeri a ele uma festa no parque de diversões de nossa cidade, e ele adorou a ideia!! O parque funciona da seguinte maneira: a pessoa compra um "passaporte" e tem direito de ir em todos os brinquedos quantas vezes quiser, durante aquele dia. Contratando a festa, a pessoa tem acesso a um pequeno espaço reservado (pra montar a mesa do bolo), e recebe alguns passaportes e algumas comidas. 

Tive algum aborrecimento inicialmente, porque as comidas ofertadas pelo parque eram pipoca, batata-frita, cachorro quente, churros e refrigerante, e eu queria trazer alguns salgados veganos para nosso consumo e dos convidados (e não queria os alimentos não-veganos), além de sucos da fruta. Segundo o parque, é permitido levar doces e bolo para a festa, mas salgados são proibidos, devendo comprar os que são oferecidos pela lanchonete interna (o que configura obviamente venda casada). Após alguma discussão, chegamos ao acordo que eu iria então comprar as batatas-fritas do parque, mas eu levaria, sim, alguns salgados veganos (levei mini pão-pizza e pastéis assados de alho poró), além de sucos Natural One, mate caseiro e água saborizada.

De docinhos, comprei alguns de amendoim com um colega do trabalho (que produz com a namorada pra vender, e criou essa receita vegana pra mim) e brigadeiros veganos da mesma pessoa que eu comprei pra festa do Vinícius. Além disso, comprei um bolo da confeitaria vegana de sempre, mas dessa vez pedi no sabor "floresta negra". Estava tudo bem gostoso.

A decoração foi bem simples. O tema escolhido pelo Nícolas foi "Octonautas", então eu adotei as cores azul e laranja. Usei uma toalha de mesa azul (que já tenho e já usei em outros aniversários dos meninos), forminhas de doces laranjas e alguns balões laranjas. Do tema, aluguei um painel e comprei apenas 4 balões dos personagens (a intenção é que ficassem flutuando, mas mesmo com gás hélio eles não voaram) e tags de espetar nos doces também dos personagens. E pra dar um toque final, comprei flores naturais laranja e azul (hortênsias e mini-rosas). Apesar de simples, eu achei que ficou lindo.

Convidamos todas as crianças da turminha do Nícolas, da escola antiga (amamos essa turminha e pretendemos manter contato pra sempre) e da escola nova. Eu nem sabia que tinha tanta criança assim na turma dele, mas acrescentando os irmão, tivemos mais ou menos 60 crianças (perdi as contas na verdade). Então tivemos que comprar vários ingressos extras. Saiu um pouco mais caro do que eu esperava gastar, mas a verdade é que a festa foi muuito divertida. O Nícolas amou sua festa, os amiguinhos também. E Vinícius já avisou que sua próxima festa também será no parque... rsrs

Dessa vez não contratei fotógrafo (achei que não fosse funcionar muito, pois as crianças ficariam - e ficaram - espalhadas pelo parque durante todo o evento, e acabei não saindo do local reservado em nenhum momento, pra tirar foto das crianças nos brinquedos. Então acabei ficando com bem poucas fotos de recordação - apenas algumas que outros pais tiraram e me enviaram, e pouquíssimas o Nícolas e o Vinícius apareceram - mas o momento vai ficar registrado pra sempre no coração.




segunda-feira, 25 de agosto de 2025

A declaração de amor que não perdi

O Vinícius está em uma fase muito fofa de ficar fazendo declarações de amor para mim. Várias vezes ao dia ele me fala "mamãe, sabe quem é a menina mais linda de todas? Você!" ou então faz algo para me 'proteger' e diz que fez porque me ama muito, por isso cuida de mim... Claro que eu fico muito, muito derretida...

E pensar que quase perco isso tudo...
Explico: A atividade que eu sempre almejei desempenhar no meu trabalho é ser empregada pela ONU em alguma função de Peace Keeper. Como a ONU iniciou missões em países franco-fônicos, com a intenção de mapear a violência de gênero nesses locais, há mais de 10 anos comecei a estudar francês para estar preparada quando surgisse a oportunidade. E esse ano a oportunidade surgiu.

Fiquei muito, muito, muito balançada para ir. Eu sou muito entusiasta da ONU, e poder participar de uma missão que luta contra a violência de gênero - algo tão sério e tão urgente - seria uma realização pessoal incrível. 

Mas eu teria que ficar um ano longe dos meus filhos... 

Pensei muito, pesei prós e contras, conversei com marido, com amigas, com familiares, e por fim recusei a oportunidade. Senti um misto de alívio e de tristeza, ao dizer "não" para algo tão grandioso, que eu desejei tanto, e que poderia ser a minha contribuição para um mundo melhor.

Mas a cada beijo, cada abraço, cada noite que durmo junto dos meus filhinhos, eu tenho a certeza que fiz a escolha certa. Se eu tivesse aceitado ir, eu já estaria no Congo desde julho, e nunca teria ouvido o Vinícius fazer suas declarações de amor para mim. E eu nunca saberia a grandiosidade do que eu teria perdido...

sexta-feira, 27 de junho de 2025

4 anos do Vinícius


Para comemorar os 4 anos do Vinícius, resolvemos fazer uma festa muito similar à festinha de 3 anos, já que ela foi tão gostosa. Comemoramos no domingo, dia 15 de junho, no mesmo local do ano passado,  Jardim Botânico. Dessa vez o tema escolhido por ele foi "retroescavadeira". Gastei bem pouco na decoração: Usei toalhas de mesa quadriculadas que eu já havia comprado pra festa de 6 anos do Nícolas, comprei 4 pequenos tratores e uns cones e espalhei pela mesa, e pra cima do bolo comprei uma retroescavadeira pequeninha bem bonitinha (depois todos esses "enfeites" ficaram pros meninos brincarem). Além disso, aluguei um painel de retroescavadeira da mesma pessoa que também me alugou na festa do Nícolas, e pronto. Como o lugar é fantástico, não é necessário nenhuma decoração mirabolante para ficar lindo - ouso até dizer que, quanto mais simples, melhor.

Dessa vez também contratamos uma empresa de animação de festa maravilhosa, que é do ex-professor do Nícolas, da Mafa. A animação dele tem um diferencial enorme em relação a outras, já que as brincadeiras acontecem sem muito barulho, sem super estímulo, numa forma bem gostosa e tranquila. As crianças gostaram bastante.

Para a comida também repetimos o cardápio do ano passado, com a diferença que dessa vez resolvemos incrementar com um almoço. Percebemos que na festa de 3 anos, por volta de meio dia as crianças ainda estavam brincando, a festinha ainda estava gostosa, mas as pessoas começaram a ir embora porque precisavam almoçar. Então esse ano encomendei 20kg de yakissoba em um restaurante vegetariano que frequentamos e servimos antes de cantar Parabéns. Todo mundo adorou!! 

O bolo, comprei um igual ao da festa do Nícolas de 6 anos, que é de uma confeitaria vegana maravilhosa da nossa cidade (cara, mas que vale a pena cada centavo), e para compor a mesa de docinhos, encomendei beijinhos de um outro restaurante vegano que frequentamos (e me arrependi - sobraram vários) e brigadeiros de uma nova fornecedora de doces veganos que conheci (esses, sim, fizeram muito sucesso - vou encomendar sempre com ela daqui pra frente).

Convidamos novamente os amiguinhos do Nícolas (da Mafa) e também a turminha do Vinícius do ano passado da Mafa. Apesar de não estarmos mais com os meninos lá, adoramos os amiguinhos que os meninos fizeram e também os pais dos amiguinhos - são pessoas muito bacanas, que pretendemos realmente manter contato pelo tempo que for possível. Também convidamos todos os amiguinhos das duas turminhas que o Vinícius frequenta na nova escola, mas somente 4 foram (ainda não estamos muito enturmados na nova escola, e na realidade me parece que lá não existe um vínculo grande entre as famílias, como acontece na Mafa). Mas fiquei bem feliz em ver que duas funcionárias e uma professora do Vinícius foram, mesmo que pra ficar bem rapidinho, mostrando o carinho e consideração que tem por ele.

Ao todo, foram 37 crianças e 49 adultos (além de nós 4, claro). E pra guardarmos no coração, segue a lista das crianças presentes:


E como no ano anterior, a festinha foi uma delícia!!! Acredito que todos que foram, gostaram, e o mais importante: o Vinícius ficou muito feliz!

quarta-feira, 23 de abril de 2025

O que AMAMOS na escola antiga

Contei aqui como foi que escolhi a primeira escola que nossos filhos frequentaram, a Mafa. Como no ano passado o Nícolas concluiu o ciclo de educação infantil e infelizmente a Mafa não oferece ensino fundamental, tivemos que mudar de escola (mas felizmente encontramos uma nova escola maravilhosa).

Mas independente do tempo que passar, a Mafa vai ter sempre um lugar especial guardado no meu coração. Além de ter sido a primeira escolinha do meu primeiro filho, onde eu me senti muito acolhida e muito segura que meu menino (e posteriormente meu segundo menino) estava bem acolhido, na Mafa também conhecemos pessoas fantásticas - professores e pais de amiguinhos das crianças - com quem desejamos manter amizade de longo prazo.

E para ficar registrado aqui, vou enumerar todos os motivos (que eu lembrar) que me faz amar a Mafa, sejam eles de natureza prática para os pais, sejam eles de natureza mais emocional e filosófica, referente ao bem estar dos pequenos.

1 - A Mafa não emenda feriados, nunca. Isso é ótimo para os pais que nem sempre emendam feriado em seus trabalhos, e ótimo também para os que emendam, mas que merecem uma vez ou outra ter um dia de descanso de verdade (passar os dias com os filhos é maravilhoso, mas é tudo menos descanso).

2 - Das escolas próximas, a Mafa é a que tem férias mais curtas. Novamente, um alívio para os pais que só tem 1 mês de férias no trabalho e não têm rede de apoio além da escola para ficar com as crianças. 

3 - A Mafa tem horários flexíveis. A escola fica aberta de 7h30 às 19h30. Dentro desse período, os pais escolhem o "pacote" (número de horas diárias) que pretendem deixar as crianças lá, e escolhem o horário de chegada e saída. Essa medida é muito interessante, pois além de facilitar demais a rotina dos pais, também garante que sempre vai ter algum pai circulando pela escola, e de olho no que está acontecendo ali.

4 - A Mafa tem refeições maravilhosamente saudáveis. Existe uma nutricionista contratada que passa o dia todo na Mafa, e orienta e acompanha o preparo de todas as refeições. As verduras e legumes são orgânicos, comprados diretamente de uma família produtora da região, que entrega diretamente na escola (e vende o que sobra, usando as instalações da escola pra isso). Todos os lanches são elaborados na própria escola, com receitinhas saudáveis de carboidratos, sempre sem açúcar.

5 - A alimentação da Mafa é facilmente transformada em vegana. Nada na Mafa leva leite de vaca, uma vez que a nutricionista não considera leite de vaca alimento indicado para consumo humano. E nenhuma receitinha leva ovos, já que é um alimento alergênico. Então para "veganizar" qualquer refeição, basta não servir a dose de proteína animal nas refeições principais (almoço e jantar), e todo o resto já é naturalmente vegano. Pra nossa família isso era especialmente importante, pois era muito mais confortável pros meninos comer praticamente tudo igual aos coleguinhas (exceto uma opção por dia)

6 - É proibido levar comida de fora pra dentro da escola. TUDO o que as crianças comem é preparado na escola, e se for necessário alguma adaptação, a escola é quem irá fazer. Isso evita que entre qualquer tipo de porcaria na escola, e que as crianças tenham contato a alimentos não saudáveis através dos amigos. Certamente esse foi um dos motivos que nos permitiu manter os meninos tão longe de porcarias por tanto tempo. Não existe exceção, nem pra "festinhas de aniversário" comemoradas na escola, ou qualquer outra data.

7 - O espaço físico da Mafa é incrivelmente maravilhoso. Tem um gramado enorme com árvores, passarinhos, joaninhas, uma horta maior do que o pátio inteiro de muita escola, galinheiro (e as galinhas andam soltas pela escola em grande parte do tempo), coelhas. Tem brinquedos de escalar, parque de areia.

8 - Não existe sala de aula! Não existem carteirinhas alinhadas com quadro negro à frente. As atividades desenvolvidas pelos educadores são propostas de forma dinâmica e interessante, onde as crianças sempre são as protagonistas e têm total liberdade para agir.

9 - Existem muitas "aulas extras" interessantes, como culinária, arte mateira, musicalização, ioga, capoeira, jardinagem, etc... As crianças são convidadas a participar (e quase sempre topam), mas nunca são obrigadas.

10 - Não existe dever de casa, não existe prova. A escola não adota livros didáticos.

11 - Não existe lista de material escolar - todo material utilizado nas atividades é fornecido pela escola, e geralmente são materiais alternativos (argila, folhas secas, sementes, carvão, etc)

12 - A escola é abertamente contra todas as formas de preconceito (racismo, homofobia, machismo, capacitismo), e transmite às crianças esses valores de maneira natural. Por exemplo, teve um ano que as crianças da turma do Nícolas trabalharam um livrinho que falava sobre deuses africanos, orixás, etc.

13 - Não existe divisão de atividades entre "masculinas" e "femininas": meninos participam da culinária, meninas participam da capoeira. Meninos também fazem atividades de "ar banho na boneca", ou "colocar a boneca pra dormir", bem como meninas também brincam com caminhões, carrinhos, tratores. Inclusive quando vão brincar com fantasias ou de teatro, todos podem usar as fantasias que melhor lhes convier no momento (já vi o Nícolas fantasiado de chapeuzinho vermelho ou usando saia de tule, sem causar nenhuma estranheza. Assim como já vi meninas fantasiadas de heróis)

14 - Não se comemora festa do dia dos pais ou do dia das mães; em respeito à toda gama de famílias, existem as "festas da família", onde todas elas são bem vindas e incluídas em suas diferentes configurações.

15 - Não acontece apresentações de crianças. Nunca! Eu acho isso esplêndido, pois não mando meus filhos pra escola para serem treinados tal qual macaquinhos circenses.

16 - As crianças podem subir nas árvores!!

17 - As crianças podem andar na chuva com suas capinhas e galochas!!

18 - As crianças podem (e devem) brincar na lama!!

19 - As crianças podem correr atrás das galinhas (e pegar no colo, se conseguirem).

20 - As crianças são livres para serem crianças e para se desenvolverem naturalmente. As ações das crianças nunca são vistas como "maldade" ou "bagunça" - há o entendimento que a criança está se desenvolvendo e treinando habilidades, e a regulação emocional é uma dessas habilidades. Quando uma criança se desregula, os adultos cuidadores devem mantê-la em segurança, e devem ajudá-la a retomar a sua calma. Em outras palavras: a escola não espera que as crianças tenham a maturidade de um adulto.

21 - Como a escola é "alternativa", acaba que a maioria das crianças que estão ali são filhas de pais que buscam uma educação "alternativa". Assim, a grande maioria das crianças são tratadas de maneira respeitosa e afetuosa por suas famílias (sem agressões, sem humilhações), e por isso mesmo são crianças mais gentis, carinhosas e amáveis do que a maioria das crianças da mesma idade.

22 - De maneira geral, os pais das outras crianças são pessoas bastante bacanas. Fizemos amizade com boa parte deles, e continuamos mantendo contato, mesmo agora que estamos com os filhos em escolas diferentes.

23 - As crianças podem circular pela escola livremente: a escola pertence a elas!

24 - Não existe nenhum espaço em que as crianças fiquem presas: berços, cercadinhos, cadeirinhas, carrinhos... mesmo os bebês são livres o tempo inteiro.

25 - As crianças são muito, muito, muito felizes nessa escola. Existe brilho em cada olhar!


* Esse post vai aumentar sempre, à medida que eu for me lembrando de mais e mais motivos para amar a Mafa (e são muitos).


terça-feira, 22 de abril de 2025

Estados Físicos da Matéria

Minha colega de trabalho tem uma filha que é 2 ou 3 anos mais velha que o Nícolas. Ela estuda em uma escola normal (tradicional) aqui da nossa cidade: particular, religiosa, mas que não é nem a melhor nem a pior da cidade; nem a mais cara nem a mais barata; nem a mais religiosa, nem a menos religiosa; enfim, é uma escola absolutamente "normal".

Há 2 ou 3 anos, quando a menina estava no primeiro ano, essa colega chegou no trabalho contando que a menina estava ansiosa e chorando porque teria uma prova na escola. O assunto da prova seria "estados físicos da matéria", e a menina estava realmente preocupada, pois apesar de saber exatamente quais eram os estados físicos da matéria e saber diferenciá-los, ela estava com medo da prova. Minha colega apresentava um misto de sentimentos (parecia que estava achando engraçado, mas ao mesmo tempo estava desdenhando do sentimento da filha e com uma certa raiva pelo "exagero" na reação da menina).

Eu, por minha vez, senti muita pena da garota, pois realmente não conseguia ver (e ainda não consigo) qual é a vantagem em fazer uma criança passar por esse tipo de situação. 

Pois bem, esse ano o Nícolas entrou no primeiro ano, em uma escola Montessori (para minha grande alegria). E ele já teve uma "aula" sobre estados físicos da matéria. A aula consistiu em: a professora levou 3 balões. Um deles estava cheio de ar, outro estava cheio de água (líquida) e o terceiro estava com água congelada. A professora deixou as crianças (que estavam todas sentadas em uma roda) manipularem os 3 balões pra sentirem as diferenças. Depois ela estourou os 3, para que as crianças observassem o que aconteceria com seus conteúdos. E assim todas elas aprenderam, de forma leve, divertida e muito clara, quais são os estados físicos da matéria e as diferenças entre eles. Sem necessidade alguma de uma avaliação formal - a professora sabe que todos compreenderam, e caso alguém não tivesse compreendido isso não seria um problema: ela certamente iria elaborar alguma outra atividade para a criança que não compreendeu. Sem choro, sem ansiedade.

A escolha da nova escola


Como eu falei no post anterior, após algumas visitas frustradas a algumas escolas da nossa cidade, encontrei por acaso o instagram de uma escola que, ao menos aparentemente, era exatamente o que eu estava buscando (era uma escola Montessori de verdade). Mas ela era realmente longe de nossa casa.  

Antes dessa, eu já havia 'ouvido falar' de outras duas escolas também distantes de nossa casa, com propostas pedagógicas interessantes. Mas justamente por entender que a distância iria impossibilitar (ou dificultar demais) que eu matriculasse o Nícolas em uma delas, resolvi nem visitá-las, pois ver uma escola bacana e saber que eu não poderia colocar meu filho lá, me deixaria triste.

Mas, mesmo sendo ainda mais longe que as outras duas, eu quis muito ir conhecer essa escola em específico. Isso porque as outras duas pareciam ter propostas interessantes, mas essa era muito mais que isso: ela parecia ser exatamente o que eu queria que uma escola fosse para meu filho, e eu não queria deixar de ir conferir se realmente era tudo isso, e tentar ajustar nossa rotina de alguma maneira para que o Nícolas pudesse ir pra lá. Troquei mensagem com os donos da escola e descobri que, além de ser distante de nossa casa, ela também não oferecia turno integral (o que pra nós era uma necessidade real) e também não oferecia almoço, já que não tinha turno integral. Mas mesmo existindo vários obstáculos e eu já achando que seria impossível conciliar tudo, eu fui visitar a escola.

Fui sozinha, já que a essa altura o marido estava fazendo um curso em Salvador. E presencialmente me encantei ainda mais. Além da escola em si e da proposta pedagógica, também gostei muito mesmo dos donos (a dona é também diretora), que apresentaram a escola para mim, e de toda a história do seu surgimento (em resumo, eles decidiram abrir a escola para seu filho, já que não gostaram de nenhuma escola que conheceram na cidade). 

E em meio a tantas dificuldades para fazer dar certo com essa escola, uma notícia me animou bastante: o valor da mensalidade era bem mais baixo do que as escolas que ficam no nosso bairro. E eu me agarrei a essa informação e já comecei a fazer contas para ver se essa diferença de preço seria suficiente para que eu pudesse de alguma maneira contratar serviços que fizessem essa minha vontade de matricular o Nícolas lá desse certo. E deu!!! 

Mas para ser possível, tivemos que tomar a decisão de trocar ambos os filhos de escola. Inicialmente não queríamos mesmo tirar o Vinícius da Mafa (que amamos e estávamos tão acostumados), mas seria impossível mantê-los em escolas tão distantes entre si, além de que para que financeiramente fosse possível pagar pela "estrutura" necessária, precisávamos que ambos fossem pra escola cuja mensalidade é mais barata. 

A partir daí, o que fizemos foi: 
- primeiro, já que a nova escola não tem período integral, matriculamos nossos filhos regularmente em ambos os turnos. Como ela segue a pedagogia Montessori, não ocorrem aulas no modelo "professor discursando à frente da turma sobre um tema preestabelecido", então ficar dois períodos não implica necessariamente em realizar atividades repetidas. 
- em segundo lugar, trocamos a diarista que ia nossa casa fazer faxina duas vezes na semana por uma funcionária mensalista, que além de limpar e organizar a casa, também cozinha, deixando o jantar e o almoço prontos para os meninos todos os dias. Assim, já que a escola não fornece almoço para as crianças, eles levam almoço preparado de casa e uma funcionária da escola os acompanha durante a refeição.
- e por último, contratamos uma pessoa para levá-los para a escola todos os dias (eu busco), já que pela distância e horários de início das aulas e nossa entrada no trabalho, ficaria bem complicado para nós os levarmos. 

Confesso que fiquei receosa e bastante ansiosa com todas as mudanças que precisaríamos fazer na nossa rotina para que fosse possível matricular os meninos nessa escola. Mas deu muito certo! Estou bem satisfeita (mesmo) com essa decisão! A escola está sendo maravilhosa para eles, e eu não me arrependo de forma alguma por ter feito essa escolha!


Ps.: quando decidimos colocar os meninos nessa escola e organizamos toda a logística necessária, eu realmente achava que isso iria nos sobrecarregar, mas que valeria a pena pela qualidade da escola.
Mas a grande verdade é que, além de não nos sobrecarregar, ainda nos ajudou. O tempo que eu passo dirigindo hoje é o mesmo tempo que eu gastava no ano passado. A diferença é que antes eu ia duas vezes (ida pra escola de manhã e volta pra casa de tarde) e hoje eu vou apenas uma vez (volta pra casa). E aproveito esse tempo em que estou sozinha, indo para a escola, e vou sempre ouvindo alguma aula da pós-graduação (em Montessori) que estou fazendo. Como bônus extra, agora temos tempo pela manhã para fazermos algo (eu levo as cachorras pra passear e o marido faz uma corrida na quadra), antes do trabalho. E ainda quando chegamos em casa, ela está sempre arrumada e limpa, e com jantar pronto para os meninos.
A mudança, que eu imaginava que fosse ser benéfica apenas para as crianças, acabou sendo ótima para todos nós.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Em busca de uma nova escola

Em meados de 2024 comecei a ir conhecer escolas com ensino fundamental, na tentativa de encontrar uma nova escola para o Nícolas. A intenção era encontrar uma escola bacana que ficasse próximo à Mafa, de modo que ficasse fácil mantermos cada filho em um lugar (já que não era nossa intenção de forma alguma trocar o Vinícius de escola também - amamos a Mafa).

Na realidade eu já estava relativamente tranquila quanto a este assunto, pois eu já sabia da existência de uma "escola Montessori" (MS) que fica bem próxima à Mafa, então eu já estava quase certa que essa seria a nova escola do Nícolas. Eu já tinha ouvido falar bem dela, e só de ser "Montessori" já preenchia mais da  metade dos meus requisitos para a nova escola...
Mas então no dia que nós (eu, marido e mais dois casais amigos nossos, pais das duas amiguinhas preferidas do Nícolas - criamos um grupo para trocarmos opiniões sobre as escolas e fazermos visitas juntos, na tentativa de mantermos as crianças juntas) fomos visitar essa escola MS, fiquei muito decepcionada com o que vi...

Primeiramente, não gostei da estrutura física. Por fora eu já via que a escola era pequena, mas isso não significa necessariamente um problema... o problema era que a estrutura era confusa, como se os prédios tivessem sido construídos aos poucos, no estilo "puxadinho" (e provavelmente foi isso), com salas e corredores escuros, e sem nenhum espaço verde... Mas isso por si só não foi o maior problema - na realidade, se fosse só isso, certamente eu relevaria.
Além da estrutura física, a comida servida aos alunos (que pra mim é um ponto bem importante) também não agradou. Na realidade, a escola não controla o que vai ser servido para as crianças: existe uma cantina lá dentro, terceirizada, e é a cantina quem decide e prepara as refeições. Eu havia entrado no cardápio on line e verifiquei que, apesar de haver uma "nutricionista responsável", dois dias na mesma semana havia sido incluído batata-palha no almoço das crianças!! Os lanches também eram bem ruinzinhos, e incluíam biscoitos industrializados, bisnaguinhas, iogurtes saborizados, embutidos, etc (não era uma comida péssima, mas considerando que há uma nutricionista controlando, e pagaríamos caro por ela, é bem ruim, sim). Mas se a escola fosse o que eu esperava em relação ao método montessori, provavelmente até isso eu relevaria (ou daria um jeito de mandar comida diariamente para que o Nícolas não consumisse a comida da escola).
A grande decepção mesmo foi com o "método Montessori" que eles prometiam (estampado em um grande mural na frente da escola), que de Montessori não tinha nada...
Percebi isso logo que fui olhar as salas de aula: quadro negro na frente com mesinhas e cadeiras alinhados, como qualquer escola tradicional é... Foi um nó na garganta, já que eu estava sonhando que veria aquelas salas lindas, com tapetinhos espalhados pelo chão e vários materiais montessori para as crianças trabalharem.
Para não dizer que eu detestei tudo, na realidade eu gostei da forma como a coordenadora falava das crianças e como a escola lidava com conflitos entre crianças: me pareceu realmente muito respeitoso e amável, seguindo uma "filosofia montessori" na forma de tratar as crianças. Mas o que eles chamam de "método Montessori" se resume aos primeiros 45min de "atividades livres com materiais montessori" que são interrompidos assim que a hora da "aula formal - bem tradicional" se inicia.

Depois dessa visita fiquei muito chateada e muito, muito angustiada. Eu estava tão certa que essa seria a escola que Nícolas iria (e futuramente o Vinícius), que nem tinha pensado em outras opções. Mas definitivamente não era isso que eu estava buscando, e apesar do marido achar a escola ok (e essa foi a escola eleita pelos pais de uma das melhores amigas), eu não consegui sentir paz ao pensar em colocar o Nícolas lá dentro.

E aí fui conhecer outras. Conheci uma que segue a logosofia e adorei o espaço interno dela e também as refeições, mas ainda não era o que eu buscava (uma escola sem crianças sentadas à mesa ouvindo professores ministrando aulas). Conheci uma escola bilíngue de verdade, com "método canadense de ensino", mas me assustei com o fato de que a escola parecia um grande shopping center, e pensar em deixar meu filho ali dentro, sem ver a luz do sol em nenhum momento - nem mesmo na hora do recreio - me deu um pânico. Por fim conheci outra escola que inclusive se chama Maria Montessori (e é bem grande e tradicional na cidade), mas o que acontece ali não é exatamente Montessori e sim uma "mescla bem bolada" entre Montessori e o tradicional, além de ser religiosa. 

Outras escolas ainda estavam na minha lista para serem visitadas, mas em uma busca meio desesperada pelo google, digitando "escola montessori" e o nome da nossa cidade, acabei caindo por acaso no instagram de uma escolinha LINDA e foi amor à primeira vista. Ela era longe (muito longe) da nossa casa, não oferecia período integral nem almoço (o que pra nós é uma necessidade real), mas mesmo assim eu resolvi ir visitá-la. E é lá que os meninos estão estudando hoje, mas vou falar sobre ela no próximo post.