sexta-feira, 5 de junho de 2020

O retorno da Matilda


Anteriormente eu contei que tínhamos levado a Matilda para a casa de um amigo nosso. Pois bem, ontem a Matilda retornou para nossa casa. E não foi porque sentimos muitas saudades e pedimos ela de volta não... Foi porque ela não soube se comportar e foi expulsa da casa que a recebeu...

Esse amigo que aceitou ficar com a Matilda está morando sozinho na mesma cidade que a gente há pouco mais de um ano, devido ao trabalho. Como sua esposa trabalha para o município e seus filhos estão ambos na faculdade, eles continuaram na cidade de origem. Assim, quando levamos a Matilda para esse amigo, ela foi mais do que bem-vinda, pois também se tornou a única companhia dele.
Mas devido à pandemia, toda a família resolveu vir ficar com ele durante o isolamento, inclusive os animais. E, ao contrário do que eu havia dito, eles já tinham uma cachorrinha, a Luna, além de dois ou três gatos.
Então a grande dificuldade agora (e o que definiria a permanência ou não da Matilda com a nova família) seria fazer a Matilda se acostumar com a Luna. Como eu falei aqui, ela é bem tranquila com humanos (os adultos, pelo menos), mas é agressiva com cachorros desconhecidos...

Para evitar que ela sentisse que a Luna estava invadindo a sua casa, no fim de semana seguinte ao que deixamos a Matilda com o amigo, buscamos ela e levamos para a nossa casa. Aproveitei para levá-las ambas, Mafalda e Matilda, para tomarem vacinas, pois estavam perto de vencer. Assim, no domingo seguinte ao primeiro, ela retornou para a casa desse amigo, mas agora a Luna já estava lá. Essa estratégia funcionou parcialmente, pois apesar de ela não atacar a Luna de cara, elas ficaram se estranhando durante os próximos 11 dias que permaneceram juntas...
E ontem durante o dia esse amigo mandou uma mensagem para o meu marido relatando que a Matilda havia atacado e machucado bastante a Luna, e pedindo que fôssemos buscá-la. Então assim que eu cheguei em casa, vindo do trabalho, meu marido pegou o carro e foi buscar a infratora de volta...
Além desse ato, ainda houveram outras "denúncias" ao longo da semana de coisas que a Matilda fez, como fazer cocô no meio da sala, implicar com os gatos, comer o cocô dos gatos... Parece que ela sabia que, caso se comportasse mal, acabaria sendo mandada de volta pra nossa casa...

Para ser muito sincera, apesar de nos primeiros dias eu ter ficado realmente triste com a ida da Matilda e chorado em alguns momentos, agora eu já estava vendo diversas vantagens em ela não estar mais lá em casa, e preferiria que ela não tivesse voltado. Fazia tempo que a casa não se mantinha tão limpa. Assim que nos mudamos para esse apartamento, instalamos na varanda um "banheiro canino" em que o cachorro faz xixi em cima de uma grade, para não molhar as patinhas na urina, e o xixi escorre por uma mangueira diretamente para o ralo. O banheiro é excelente, e com a Mafalda funciona super bem. Nesses dias que a Matilda esteve fora, não tivemos uma vez sequer que limpar xixi do chão. Mas a Matilda não acerta nunca... Ela faz o xixi bem próximo ao "banheiro", mas do lado de fora, de forma que o chão da varanda fica sempre sujo e depois tanto ela quanto a Mafalda (e até mesmo o Nícolas) pisam no xixi e saem deixando pegadas de urina pela casa... É muito desgastante para nós todos os dias (as vezes mais de uma vez por dia) lavarmos o chão da varanda e mesmo assim ele estar sempre sujo. E a sujeira vai pro resto da casa também...
Além disso, somente depois que a Matilda se foi é que eu percebi como a presença dela me deixava sempre tensa, em estado de alerta, pelo medo que ela atacasse o Nícolas. Os dias que ela esteve fora, eu pude ficar muito mais calma e relaxada, sem esse medo constante.
E sem esse estresse todo que ela indiretamente gerava, até nossa convivência ficou mais harmoniosa...

Mas se eu e meu marido ficamos meio decepcionados com o retorno da Matilda, o Nícolas teve uma reação completamente diferente. Eu nem imaginava que com essa idade ele já iria associar que ela foi embora ou que ela voltou... Mas o que aconteceu foi algo lindo. Assim que ouviu o chorinho dela do lado de fora de casa, o Nícolas correu para a porta. E assim que a Matilda entrou em casa, ele começou a correr em círculos e pular agitando os bracinhos, gritando "Matilda" (da forma dele - algo como "ilca") sem parar!! Ele ficou assim, comemorando o retorno da Matilda, por uns 10 minutos pelo menos e só parou porque eu separei ele das cachorras, com medo que a Matilda se incomodasse com o excesso de entusiasmo e o atacasse...
Eu nunca vi o Nícolas tão feliz! Nem quando eu chego em casa, ou quando o levamos pra brincar na piscina ou no parquinho. Nem de perto ele já havia demonstrado tanta alegria como ontem, com a volta da Matilda para casa...

E agora estamos assim, sem saber exatamente o que fazer... Agora que descobrimos como nossa vida pode ser mais tranquila sem a Matilda, gostaríamos sinceramente de arranjar um novo lar para ela. Até mesmo porque a questão principal e que me fez decidir por mandá-la embora na primeira vez (o medo que ela atacasse o Nícolas), ainda existe. Mas também não quero (e não vou, obviamente) abandoná-la ou doá-la para alguém que eu não tenha certeza absoluta que irá cuidar muito bem dela...
Esse amigo disse que gostaria de pegá-la de volta depois que sua esposa retornar com a Luna para sua cidade de origem... Ele disse que esses dias já foram suficientes para ele se apegar à Matilda... Pode ser uma solução pra gente, mas como esse amigo irá voltar a morar na mesma casa que a família (e a Luna) algum dia, então a solução não seria definitiva; quando ele fosse transferido para a sua cidade novamente, provavelmente teríamos que pegar a "meliante" de volta.
Por enquanto o que podemos fazer é redobrar a atenção para garantir que não ocorra um novo episódio de fúria, e aproveitar a alegria que a Matilda traz para nossa casa, sempre alegre e doida correndo maluquinha de um lado para o outro...

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