O consumismo está tão entranhado no nosso dia-a-dia, que somos bombardeados constantemente com a falsa informação de que precisamos possuir objetos para realizarmos todas as nossas atividades cotidianas. Obviamente que para algumas atividades precisamos, sim, de objetos específicos: é impossível andar de bicicleta, por exemplo, sem uma bicicleta. Mas realmente não precisamos de uma roupa específica para andar de bicicleta, capacete, viseira, tênis próprio, bolsa específica, e mais uma porção de apetrechos que o mercado inventa e tenta nos convencer que são indispensáveis...
E, nessa mesma ideia, existe todo um mercado voltado para o público infantil, tentando convencer as crianças e os pais a consumirem uma infinidade de produtos. E os produtos de maior destaque no universo pueril certamente são os brinquedos.
Essa noção de que precisamos de certos objetos para desenvolver certas atividades está tão fortemente enraizada em nós, que acabamos confundindo duas coisas que, na realidade, são bem diferentes entre si: brinquedos e brincadeiras.
* Brincadeiras são atividades realizadas pelas crianças com objetivo de se divertirem e se desenvolverem.
* Brinquedos são objetos que podem OU NÃO serem úteis para brincadeiras.
Brincadeiras são essenciais para o desenvolvimento das crianças. Brinquedos, não!!
E diferentemente do que o mercado quer nos fazer acreditar, crianças não precisam de brinquedos para brincarem!! Na realidade, brincadeiras que se utilizam de objetos inusitados (pedras, galhos, folhas, cordas, panelas, etc...) ou até mesmo objeto nenhum, em geral tendem a ser muito mais ricas para as crianças, estimulando sua criatividade e empregando mais seu corpo. Existem, inclusive, brinquedos que atrapalham a brincadeira das crianças; são aqueles que piscam, dançam, andam e falam, limitando a criança ao papel de somente "assistir" (ou no muito apertar botões) enquanto o brinquedo "brinca sozinho".
Não quero, com isso, afirmar que brinquedos são ruins para as crianças e não devemos permitir que elas os tenham, de forma alguma. Como eu já comentei antes, o Nícolas tem brinquedos - até mais do que eu gostaria que ele tivesse. A maioria ele ganhou, mas alguns fomos nós mesmos que compramos para ele, por considerarmos importantes para seu desenvolvimento (falei sobre os brinquedos que considero importantes aqui e aqui). Mas acredito e repito sempre que é necessário estarmos muito atentos para fazermos escolhas e aquisições de maneira consciente e não acabarmos consumindo unicamente por consumismo e não por necessidade.
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