Aplicar minimalismo na criação de um bebê pode ser uma tarefa complicada, principalmente quando se trata de montar o enxoval do primeiro filho. São tantas opções diferentes, tantas novidades, tantas fofices... Muitos produtos que prometem tornar a maternidade mais fácil, outros que prometem fazer o bebê mais feliz, mais inteligente, mais saudável... Ninguém quer deixar seu bebê passar por nenhuma situação ruim, e por isso podemos acabar comprando montoeiras de coisas que muitas vezes nem vamos usar...
Mas acredito que seja perfeitamente possível viver essa etapa de acordo com o minimalismo, e que essa escolha trará muitas vantagens para todos:
· Comprando menos coisas, sobra mais dinheiro. Um filho vai trazer muitos gastos ao longo dos anos, e não comprometer o orçamento logo no início pode fazer muita diferença mais tarde;
· Quanto menos coisas no quarto ou na casa, mais espaço livre vai sobrar pro bebê engatinhar, brincar e explorar o ambiente.
· Quanto menos coisas no quarto ou na casa, menos tempo o cuidador irá gastar limpando e arrumando, e mais tempo disponível terá para se dedicar e curtir o tempo com o bebê;
· Excesso de informação e estímulo pode tornar o bebê irritado e com dificuldades de concentração. Um ambiente mais "clean" vai trazer uma maior sensação de calma e serenidade pro bebê, que vai relaxar e dormir melhor, e se concentrar em cada nova descoberta sobre o mundo.
Mas, como eu falei nesse post, não existe uma "receita única" de como ser minimalista, e isso também é válido na hora de cuidar e criar um bebê. Cada família tem uma realidade diferente, e isso vai influenciar nessa vivência do minimalismo.
Essencial mesmo para a sobrevivência de um bebê, existe somente uma coisa: A mãe (ou, na ausência dessa, um outro cuidador capaz de oferecer alimentação, calor e conforto ao bebê).
Todas as outras coisas são "ferramentas" que criamos para tornar os cuidados com o bebê mais fáceis, mais prazerosos e mais simples, quando bem empregadas.
Dependendo da realidade de cada família e bebê, um mesmo objeto pode ser dispensável para uns, e indispensável para outros. É o caso das mamadeiras. Para uma mãe que amamenta seu bebê, mamadeiras são itens desnecessários, enquanto que para bebês que não são amamentados no seio, pode ser um dos itens mais importantes do seu enxoval. Outro exemplo são as fraldas. Eu não consigo me imaginar cuidando de um bebê sem usar fraldas, mas existe quem opte por não usá-las, e se adapta muito bem a essa situação.
Alguns outros itens são desnecessários independente do bebê, como por exemplo sapatos (antes que o bebê caminhe), perfumes, laços, brincos e outros enfeites de qualquer natureza. Nada disso apresenta uma utilidade prática (no sentido que não têm a função de facilitar a vida do cuidador e do bebê).
Mas também não quer dizer que eu seja contra, ou considere errado quem os utilize. Como expus nesse post, o significado de um objeto está justamente na felicidade que ele traz a quem o detém. Se enfeitar e perfumar o bebê (com sapatos, laços, brincos ou qualquer outro enfeite) é um momento de prazer para o cuidador e de estreitamentos de laços com o bebê, então não há porquê se privar disso.
O importante, no final das contas, é sempre saber o que está te motivando a fazer determinada ação: porque você gosta e julga importante, ou porque se sente pressionado ou obrigado de alguma forma a isso?
A sociedade de consumo nos impulsiona o tempo todo a seguir certos padrões de comportamento e consumo. Se livrar dessas amarras invisíveis e fazer somente aquilo que você realmente considera importante ou lhe traz alegria (ou seja, o que possua significado para você), é um sentimento de liberdade indescritível. E isso vai te proporcionar muito mais disposição e tranquilidade para se dedicar e curtir o tempo com seu bebê, o que vai influenciar positivamente não só em você, mas principalmente nele.
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