domingo, 30 de maio de 2021

Como (e porque) paramos de praticar Higiene Natural

Quando contei que estávamos praticando Higiene Natural com o Nícolas, as coisas estavam fluindo maravilhosamente bem. Ele havia desenvolvido um gritinho específico para me avisar que queria evacuar, eu tirava a fralda dele, o posicionava no penico e ele fazia o cocô. O xixi, ele fazia na fralda, sem aviso. Eu estava adorando e imaginei que ele fosse desfraldar bem cedo. As coisas se mantiveram assim até os 6 meses, e aí tudo mudou, depois que ele entrou na creche...

Antes mesmo de iniciar na creche eu já sabia que algo iria mudar na prática da HN, já que as cuidadoras não teriam condições de ficar ligadas o tempo todo aos sinais e pedidos dele, já que seriam muitas crianças pra cuidar. Mas num grupo que eu participava sobre o tema, li alguns relatos de crianças que foram pra creche novas e passaram a evacuar somente em casa, sem nenhum problema. Fiquei então torcendo pra esse ser o caso do Nícolas, apesar de saber que seria um pouco difícil, pois ele passaria muito tempo na creche - 11 horas diárias.

Nas primeiras duas semanas ele não evacuou na creche. Ele evacuava em casa de manhã, assim que acordava, e depois de noite, assim que voltávamos. Não sei se nessas duas primeiras semanas ele realmente não sentiu vontade de evacuar durante o dia, ou se ele queria, pedia para o posicionarem no penico, mas ninguém atendia ao seu pedido... Só sei que a partir da terceira semana ele passou a evacuar na fralda no período que estava na creche, e pra mim foi um certo alívio, pois dessa forma eu sabia que ele não estava segurando as fezes e sofrendo. Passamos um tempo dessa forma: na creche ele usava a fralda e em casa, o penico. Mas aí por volta dos 9 meses de idade ele começou a não querer mais sentar no penico. Algumas vezes distraíamos ele com algum brinquedo ou livrinho, mas a cada dia ele começou a ficar mais reativo para usar o penico. Conversei no grupo de HN que eu fazia parte e algumas pessoas aconselharam manter ele meio que "à força" no penico, porque deveria ser só uma fase de recusa. Mas aí eu ponderei e vi que isso não fazia sentido; se a prática da HN defende justamente proporcionar maior conforto pra criança na hora de fazer suas necessidades, qual seria a lógica de eu mantê-lo usando o penico se ele estava claramente demonstrando que não estava mais se sentindo confortável com isso? Seria muito mais para meu comodismo (já que é bem mais fácil limpar um penico do que uma fralda suja de cocô) e até mesmo meu ego (sim, eu sentia um certo orgulho em dizer que meu bebê tão pequeno não precisava de fraldas para evacuar). Então paramos de insistir. Quando víamos que ele queria evacuar, perguntávamos uma vez se ele queria ir ao penico. Se não quisesse, deixávamos que evacuasse na fralda. E dessa forma foi ficando cada vez mais raro o uso do penico, até que acabamos o aposentando permanentemente. 

Por um bom tempo eu achei que o que motivou Nícolas a não querer mais usar o penico foi a entrada na creche. Mas depois vi vários relatos de bebês que, mesmo não frequentando creche e sem nenhuma alteração séria na rotina, nessa mesma idade dele (por volta dos 9 meses) não quiseram mais continuar com a HN. Então pode ser que a creche tenha influenciado, mas nem tanto, ou talvez não tenha tido influência alguma. Talvez mesmo se ele não tivesse entrado na creche, teríamos parado com a HN.
De toda forma, acho que foi ótimo enquanto durou. Eu pessoalmente gostaria que tivéssemos permanecido com a HN até o desfralde completo, mas gosto ainda mais de saber que respeitamos a vontade dele.

Hoje, com 2 anos e 8 meses, ele evacua e urina sempre na fralda. Eu agora acompanho um grupo sobre desfralde consciente, e decidimos que vamos deixar que ele desfralde sozinho, sem pressão, sem treinamento. Estamos dando os primeiros passos nesse sentido, mas ainda sem sinais de que o desfralde vá acontecer logo. Mas esse assunto vou deixar para um post futuro.

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