Quando estávamos praticando Higiene Natural, achei que o desfralde do Nícolas fosse acontecer com ele bem novinho e que iria se dar naturalmente, como uma continuidade da HN. Mas depois que ele não quis mais continuar com a prática, comecei a pesquisar sobre desfralde.
Até então, eu achava que a única forma de desfraldar uma criança fosse aquela tradicional, onde o adulto conduz o desfralde: pára de colocar fralda na criança e começa a levá-la ao banheiro de tempos em tempos para que ela faça suas necessidades, até que ela aprenda a ir por conta própria. Acompanhei o desfralde de um primo, assim que ele fez 2 anos de idade, e foi dessa forma que aconteceu.Mas pesquisando sobre o assunto, vi que essa forma tradicional não é a melhor para a criança, e que pode trazer muitas consequências negativas, tais como medo de evacuar/urinar, prisão de ventre, constipação, enurese noturna, escapes, cistites e outras infecções urinárias, problemas renais e até mesmo dificuldade de atingir o orgasmo quando chegar na idade adulta. Isso porque quando o adulto decide que "é hora de desfraldar", a criança pode não estar pronta ainda (física e/ou psicologicamente), e por isso o processo, que era pra ser algo natural, passa a ser algo estressante e até mesmo prejudicial. Seria como querer forçar um bebê que ainda não tem os músculos das pernas fortes o suficiente a andar.
E percebi que eu mesma, assim como minha irmã e esse primo que acompanhei o desfralde, apresentamos algumas dessas consequências negativas causadas pelo desfralde forçado.
E aí comecei a ler sobre Desfralde Consciente. Consiste basicamente em deixar que a criança conduza seu próprio desfralde, proporcionando os meios necessários mas sem pressioná-la para isso. Na prática quer dizer que você deve deixar à disposição da criança penico e/ou assento redutor de vaso, mostrar a ela como usar, deixá-la observar os adultos da casa ou outras crianças mais velhas usando o banheiro (crianças aprendem principalmente por observação e imitação) e ir explicando o que está acontecendo ali, e deixá-la de fralda até que ela mesma peça para não usar mais.
Pra mim essa forma parece muito mais natural e respeitosa do que o adulto determinar que está na hora de desfraldar e impor à criança que a partir daquela data ela não usará mais fralda. E faz sentido inclusive em relação à forma como conduzimos todo o resto: não aceleramos o processo de engatinhar e caminhar do Nícolas, não forçamos que ele coma nada, não forçamos horários de dormir... Em tudo deixamos que ele desenvolva a auto-regulação, de forma que aprenda a perceber os sinais que seu corpo dá que está com fome/sono/sede, etc... Assim, também faz bastante sentido para nós deixarmos que ele aprenda por conta própria a identificar quando está com vontade de urinar/defecar, aprenda a segurar e se dirigir até o banheiro ao invés de fazer na fralda.
Claro que ouvimos muitas críticas em relação a essa nossa escolha, principalmente dos parentes mais velhos, que acham "uma vergonha" que ele ainda use fraldas com quase 3 anos de idade. Não posso dizer que pra mim é totalmente indiferente: eu me chateio, e algumas vezes fico realmente irritada com comentários que ouço nesse sentido. Até porque, só quem troca, compra e lava as fraldas do Nícolas somos eu e o pai dele, então não vejo porque alguém além de mim e o pai tem que se envolver nessa questão.
Mas essa é uma das partes ruins da maternidade/paternidade: os palpiteiros e críticos de plantão. Pra qualquer escolha que fizermos, sempre haverá alguém pra dizer que essa não é a forma correta. O que podemos fazer (e estamos fazendo) é nos informarmos para escolher o que parece melhor para nós, e ignorar as críticas de fora.
Mas essa é uma das partes ruins da maternidade/paternidade: os palpiteiros e críticos de plantão. Pra qualquer escolha que fizermos, sempre haverá alguém pra dizer que essa não é a forma correta. O que podemos fazer (e estamos fazendo) é nos informarmos para escolher o que parece melhor para nós, e ignorar as críticas de fora.
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