Dia desses o Nícolas estava com um carrinho na mão, desses estilo miniatura cheio de detalhes e bastante delicado, se preparando para passear com o pai. Quando o pai disse: "Guarda o carrinho para sairmos" ele não pensou duas vezes e atirou o carrinho no chão com toda a força, feliz e empolgado por estar indo passear. Nesse momento meu marido ficou meio nervoso e falou com ele, num tom não muito amistoso: "Assim, não, né, filho?? Assim você vai quebrar seu carrinho". O Nícolas primeiro ficou meio confuso e depois meio assustado e triste (não temos por hábito falar nesse tom de voz com ele).
Eu então interferi na situação e pedi pro meu marido não se dirigir a ele daquela forma, no que ele argumentou que "o Nícolas precisa saber que é errado jogar o carrinho no chão". E isso me despertou a seguinte reflexão:Sim, ele precisa saber que não pode jogar seu carrinho no chão, senão o carrinho quebra e ele vai ficar sem o brinquedo que tanto gosta. Mas pra que ele saiba, alguém precisa ensinar. E brigar não é ensinar. Dar bronca, gritar ou castigar não é ensinar. A única forma d`ele aprender que o carrinho deve ser colocado delicadamente no local certo, é falando (ou melhor ainda, demonstrando) como se coloca o carrinho delicadamente no lugar certo. Sem essa explicação óbvia, ele não tem como saber a forma certa e esperada.
Eu consigo entender a irritação do meu marido. Pra ele é muito óbvio que ao se jogar um brinquedo delicado com toda a força no chão, ele vai quebrar. Então se alguém faz isso, é porque está sendo no mínimo descuidado. Mas a grande verdade é que, embora seja muito óbvio para qualquer pessoa com mais de 10 (talvez menos) anos de idade que não se deve atirar objetos delicados ao chão, não é óbvio para uma criança de 2 anos e meio...
Nícolas nos vê jogando bola no chão com toda a força e rindo. Nos vê jogando bichos de pelúcia e objetos diversos, durante brincadeiras ou mesmo na pressa durante uma arrumação. Então ele vê o ato de arremessar como algo natural e até mesmo divertido. E pra ele simplesmente não existe diferença entre uma bola arremessada e um carrinho frágil arremessado. Ele não tem essa percepção, simplesmente porque ele ainda está aprendendo sobre o mundo. Tudo é aprendizado, e mesmo coisas óbvias e rotineiras para nós, são novidade para ele. Ele está descobrindo o mundo, descobrindo como tudo funciona, descobrindo desde o mais complexo ao mais óbvio mecanismo de causa e efeito. E cabe a nós o acompanharmos e auxiliarmos, com paciência e carinho, nas suas descobertas.
Nícolas nos vê jogando bola no chão com toda a força e rindo. Nos vê jogando bichos de pelúcia e objetos diversos, durante brincadeiras ou mesmo na pressa durante uma arrumação. Então ele vê o ato de arremessar como algo natural e até mesmo divertido. E pra ele simplesmente não existe diferença entre uma bola arremessada e um carrinho frágil arremessado. Ele não tem essa percepção, simplesmente porque ele ainda está aprendendo sobre o mundo. Tudo é aprendizado, e mesmo coisas óbvias e rotineiras para nós, são novidade para ele. Ele está descobrindo o mundo, descobrindo como tudo funciona, descobrindo desde o mais complexo ao mais óbvio mecanismo de causa e efeito. E cabe a nós o acompanharmos e auxiliarmos, com paciência e carinho, nas suas descobertas.
Essa fase de descobrir o mundo é uma fase muito especial na vida de uma criança. E pode ser uma fase linda e cheia de surpresas, ou aterrorizante e humilhante, dependendo de como as pessoas ao redor interpretam e reagem aos inevitáveis erros.
É como se chegássemos hoje em um novo emprego, do qual não sabemos nada mas estamos muito interessados em aprender. Se as pessoas que já estão lá há anos se mostrarem disponíveis para nos ajudar e compreenderem nossos erros, vamos nos sentir felizes e muito estimulados para continuar. Mas se as pessoas começarem a nos criticar e brigar conosco porque não sabemos o que fazer, vamos passar por uma experiência horrível, nos sentindo humilhados e desmotivados.
Assim devemos encarar as crianças, principalmente as que estão na primeira infância, recém chegadas a esse mundo complexo ao qual já estamos tão habituados. E tratá-las da forma como gostaríamos de ser tratados no nosso novo emprego.
Isso deveria ser óbvio.
É como se chegássemos hoje em um novo emprego, do qual não sabemos nada mas estamos muito interessados em aprender. Se as pessoas que já estão lá há anos se mostrarem disponíveis para nos ajudar e compreenderem nossos erros, vamos nos sentir felizes e muito estimulados para continuar. Mas se as pessoas começarem a nos criticar e brigar conosco porque não sabemos o que fazer, vamos passar por uma experiência horrível, nos sentindo humilhados e desmotivados.
Assim devemos encarar as crianças, principalmente as que estão na primeira infância, recém chegadas a esse mundo complexo ao qual já estamos tão habituados. E tratá-las da forma como gostaríamos de ser tratados no nosso novo emprego.
Isso deveria ser óbvio.
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