Como acredito que esteja sendo para todos que têm filhos pequenos
dentro de casa, esse período de quarentena tem sido bastante desafiador. Nas
duas primeiras semanas, eu fiquei em regime de homeoffice, enquanto meu marido estava indo para o trabalho em
horário integral. Esse período foi extremamente cansativo pra mim, pois além de
passar o dia inteiro sozinha tomando conta do Nícolas (o que, por si só,
demanda uma energia enorme), de noite, quando ele finalmente ia dormir, ao
invés de eu também ir descansar para recuperar minhas forças para o próximo
dia, era quando eu finalmente ia trabalhar, e adentrava a madrugada tentando
recuperar as horas que eu não pude trabalhar durante o dia...
Foram dias bastante extenuantes pra mim, e depois de 2
semanas nesse ritmo, eu realmente não aguentava mais. Não costumo ser dramática
nem exagerada, mas eu realmente acho que cheguei perto do meu limite... Aí
conversei seriamente com meu marido, e disse que não poderia mais continuar
esperando que seus chefes definissem uma nova rotina (até então, havia uma “promessa”
de que todos começariam trabalhar somente meio expediente, como eu comentei
aqui); ele precisava explicar a situação pro seu chefe já, ou então eu
simplesmente não daria conta... E aí, depois de eu conversar com o meu chefe e
ele com o dele, saí do regime de homeoffice,
e começamos, ambos, a trabalhar em dias alternados. Estamos dessa maneira até
hoje; cada dia um vai trabalhar e o outro fica em casa com as crianças. E é impressionante
como o dia que fico em casa cuidando do Nícolas é extremamente mais cansativo
do que o dia em que vou trabalhar.
É fácil, então, perceber que durante as duas primeiras
semanas eu não estava gostando nenhum pouco dessa experiência de homeoffice, e
não via a hora das coisas se regularizarem para poder voltar à minha rotina
anterior. E mesmo depois de estabelecermos os dias de trabalho alternados,
continuei insistindo nessa visão, talvez por inércia...
Até que, finalmente, minha ficha caiu. Essa situação que estamos vivendo, de podermos nos revezar para cuidar do nosso filho em casa, sem precisarmos recorrer a creche, é exatamente a situação que eu sempre considerei ideal, como falei em um post antigo...
Até que, finalmente, minha ficha caiu. Essa situação que estamos vivendo, de podermos nos revezar para cuidar do nosso filho em casa, sem precisarmos recorrer a creche, é exatamente a situação que eu sempre considerei ideal, como falei em um post antigo...
Aí lembrei das tantas vezes que lamentei - pela rotina, pelo
sistema, pela vida que nos é imposta – por ter que deixar meu bebê por tantas
horas diárias em uma creche, ao invés de poder estar ao seu lado acompanhando
seu crescimento no dia a dia... E de repente me vejo nessa situação de poder
estar, eu e o pai, nos alternando para cuidar dele, sem delegar nada a
terceiros, e ainda assim estou reclamando?
E desde esse momento, mudei a minha forma de encarar a
situação. A energia que o Nícolas demanda ainda é a mesma; o cansaço que sinto
ainda é o mesmo; mas agora, ao invés de achar ruim ter que ficar em casa com ele,
estou vendo tudo isso como uma oportunidade ímpar de poder acompanhar tão de
perto a primeira infância do meu bebê, e encarando cada gota de suor como um
investimento na nossa relação. E estou tentando aproveitar bem esses dias,
horas e minutos preciosos em que estamos podendo conviver... Talvez depois que
tudo isso passar, eu nunca mais tenha oportunidade de ficar tanto tempo junto
do meu menininho.
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