Antes do Nícolas nascer, eu me planejei pra nunca assistir televisão na frente dele. Na minha ideia, sempre que eu estivesse com ele no colo, a televisão estaria desligada. Mas bastou alguns dias sozinha em casa, durante a licença maternidade, pra eu reformular meu plano. A televisão foi um dos principais "suportes" que eu tinha pra manter minha sanidade mental. Seria muito pesado ter passado 6 meses o dia inteiro sozinha com um bebezinho (a maior parte desse tempo sentada com ele no meu colo), sem nenhum tipo de distração. Assisti a muitas séries na NetFlix enquanto estava sentada no sofá amamentando. Inclusive, acho muito gostoso sentar na cadeira de balanço quando ele está com soninho, e ficar balançando e amamentando enquanto assisto a um filme... Mas sempre nesses momentos, a programação é voltada para mim, nunca para ele. E assim foi até bem pouco tempo atrás...
Mas as coisas mudaram.
Agora que estamos de quarentena, com a creche fechada e ele preso dentro de casa, temos lançado mão da televisão sim. Mas mesmo assim, temos evitado a todo custo os desenhos animados "comuns". Isso porque eu sempre achei os desenhos animados comuns coloridos demais, e, principalmente, barulhentos demais. Os personagens, em geral, gritam o tempo todo, por qualquer e por nenhum motivo: gritam quando estão felizes, gritam quando estão com raiva, gritam quando estão assustados, gritam quando estão frustrados... Eu realmente não entendo o porquê de tanta gritaria, mas é algo que realmente me incomoda. E eu já pude notar, em oportunidades passadas, como minha enteada ficava realmente alterada (agitada e até mesmo irritável) quando passava um tempo assistindo a esses desenhos.
Por isso, antes mesmo de ter filhos, já fiz uma relação de poucos desenhos que eu iria autorizá-los a assistir, que inclui aqueles que eu acho que vão na contramão dos outros. São eles: Ursinho Pooh (apesar do tigre e do coelho também gritarem, os outros personagens não gritam), Snoopy (também existem persongens que gritam, mas não são a maioria) e Garfield.
Mas, na realidade, o que mais temos colocado para o Nícolas assistir não é nenhum desses, e sim um desenho que descobri há pouco tempo, e que tem me encantado: Chama-se Minuscules, e mostra insetos interagindo de forma lúdica, mas relativamente próximo ao que acontece na realidade (a aranha tece teias, por exemplo, pra tentar capturar os outros insetos, eles disputam comidas abandonadas por humanos, etc). Não existe diálogos com palavras humanas; os insetos se comunicam com expressão corporal e outros sons. Tenho achado esse desenho lindo, e agora que está assistindo a ele, o Nícolas está apaixonado por insetos!! Sempre que ele vê algum inseto em casa, pára tudo o que está fazendo para ficar assistindo de pertinho o que ele faz, mas sem tentar pegar ou machucar o bichinho. Uma graça!!
Também, há 2 dias coloquei no youtube um vídeo de uma orquestra sinfânica tocando a 9ª Sinfonia de Beethoven. O Nícolas simplesmente amou!!! Ficou super concentrado e atento ao vídeo!
De toda forma, por mais que a programação seja criteriosamente selecionada, televisão (e telas, em geral) não são algo para ocupar uma grande parte do tempo nem de adultos, e menos ainda de crianças. O período em que está na TV, é um período apático, em que a criança não está desenvolvendo nenhuma nova habilidade, nem treinando as antigas. Por isso, temos que nos manter sempre atentos, pois nesse período de quarentena acaba sendo muito tentador ligar a TV e ter um momento de descanso do trabalho que acompanhar as atividades do Nícolas significa. Algumas vezes já tive que pedir ao meu marido para dimiuir o tempo de televisão em que deixa o Nícolas; ainda bem que ele concorda totalmente comigo nesse aspecto, e não houve nenhum atrito nesse sentido.
Nosso combinado, então, tem sido: tentamos evitar a TV o máximo possível (fico orgulhosa quando passo o dia inteiro cuidando dele, e não ligo a TV em nenhum momento), e só ligamos em caso que precisamos nos focar em alguma outra coisa (quando o dia em que meu marido teve que passar a manhã quase toda em um telefonema muito importante, então usou a TV para distrair o Nícolas durante a ligação), ou quando nossas energias chegaram realmente ao limite, e precisamos de um descanso.
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