terça-feira, 21 de maio de 2019

Dia Mundial de Doação de Leite Humano



Dia 19 de maio foi o Dia Mundial de Doação de Leite Humano. Como doadora, participei de dois eventos nos últimos dias. O primeiro foi um encontro no hospital onde realizo a doação, no dia 16 de maio, para um lanche. Foi bem gostoso, ambiente acolhedor, depoimentos emocionados da responsável pelo banco de leite, de uma mãe cujo bebê prematuro recebe o leite doado, e de outras pessoas. Nesse eu fui sozinha e encontrei uma conhecida antiga (uma vizinha que estudou no mesmo colégio que eu há 20 anos atrás). Recebi um diploma e uma linda blusinha de presente pro Nícolas.
Hoje ocorreu o segundo evento: uma Sessão Solene na Câmara Legislativa estadual, onde somente algumas doadoras foram convidadas. Por ser um evento oficial, fui uniformizada, e foram me acompanhando o Nícolas (lindo em sua roupinha social) e o marido.

Não tenho como não me emocionar e sentir um orgulho imenso de mim mesma. Como eu já disse aqui, o início da amamentação, pra mim, foi meio complicado. Senti bastante dor, e tive mastite por duas vezes. A primeira, persistente, demorou para ser curada, me causou dor, febre, tive que passar 10 dias internada fazendo uso de antibiótico intravenoso e passar por procedimentos bem desconfortáveis (uma drenagem e três punções). Algumas vezes pensei seriamente em pedir um medicamento para secar meu leite, e acabar de uma vez com todos os problemas que a amamentação estava me trazendo. Mas respirei fundo, e persisti um pouco mais, em partes por mim, pois amamentar sempre foi um sonho que eu nutria (inclusive sempre pretendi amamentar mesmo um filho adotivo), e na maior parte pelo Nícolas, pois não há dúvida nenhuma dos benefícios do leite humano, vivo, em comparação a fórmulas industrializadas. E agora, superados esses obstáculos, é uma emoção grande para mim poder doar um pouco do meu leite, e saber que estou ajudando bebês em situação delicada. 

Não é tão complicado, mas também não é tão simples fazer a coleta do leite. Me demanda tempo e logística. Atualmente tenho me ordenhado 2 vezes ao dia (tirando uma média de 300ml por dia), no trabalho - às 11h00 e às 17h00. Tenho que levar a bomba, os vidros, bolsa térmica e gelos para o trabalho, todos os dias. Quando chego em casa,  já cansada e querendo muito dormir, tenho que lavar e esterilizar a bomba e os vidros, para o dia seguinte. E o processo de ordenha me toma pelo menos 1 hora diária, hora essa que eu poderia estar adiantando meu trabalho (ou fazendo outra atividade, como estudar, navegar na internet, escrever no blog, etc...). Mas nenhuma dificuldade ou obstáculo se aproximam da grande alegria que eu sinto ao imaginar que eu posso estar sendo a diferença na vida de uma família; de repente meu leite será o diferencial e o que irá determinar a sobrevivência de um bebê. E um bebê é muito mais do que um bebê: é o sonho de uma mãe, o orgulho de um pai, a alegria de uma família, a promessa de um futuro melhor. Poder dar isso de presente ao mundo é uma alegria e uma honra enorme para mim.

Foto na Sessão Solene na Câmara Legislativa 

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