1 - Rompimento artificial da bolsa amniótica e ocitocina sintética: Como eu relatei, meu trabalho de parto estava evoluindo bastante rápido e super bem. Em 2 horas e meia, minha dilatação foi de zero a 7cm, sem nenhuma dificuldade. Acredito realmente que não havia necessidade nenhuma de rasgar a bolsa ou aplicar ocitocina artificial. Mas na hora que a médica me disse que iria realizar tais procedimentos, me senti inibida para recusá-los, e acabei concordando. Por fim, aconteceu algo que uma pessoa relatou ter ocorrido consigo também, no documentário: Com essa "aceleração" de um TP que já estava rápido, as minhas contrações ficaram muito pouco espaçadas e eu não tinha tempo entre uma e outra para me recuperar, nem fisicamente e nem psicologicamente. Fiquei muito cansada e também desesperada com aquela dor quase contínua que sentia. Talvez se a médica não tivesse realizado essas intervenções em mim, meu TP teria continuado evoluindo naturalmente, de maneira rápida, mas não rápido demais, e eu teria tido sucesso no meu parto normal.
2 - Médica "guiando" o parto: Eu sabia que em algum momento eu sentiria uma vontade inevitável de "empurrar" o bebê. Inclusive a médica também me falou que isso aconteceria. De toda forma, assim que eu atingi os 10cm de dilatação e antes de eu sentir tal vontade, a médica começou a me sinalizar quando eu deveria fazer força. E eu segui essas instruções, com medo de não empurrar e acabar "travando" o nascimento. Foi somente quando eu já estava na sala cirúrgica aguardando a cesariana, após mais de 3 horas "fazendo força" de maneira guiada, que eu senti pela primeira vez essa tal vontade irresistível de empurrar. Mas nesse ponto eu já estava cansada demais para fazer qualquer coisa que não fosse permitir a cesariana... Acredito realmente que se eu tivesse me focado em aguentar a dor ou descansar, ao invés de ficar fazendo força antes da hora, eu estaria mais descansada e preparada para expulsar quando essa tal "vontade" chegasse...
3 - Não fiz fisioterapia pélvica: em certo momento eu estava fazendo bastante força, mas a médica me avisava que não estava fazendo força nos músculos corretos, e portanto, estava desperdiçando energia... A fisioterapia pélvica serviria justamente para criar essa consciência muscular e direcionar o esforço para a musculatura certa, além de fortalecer os músculos que seriam empregados para expulsão do bebê. Se eu tivesse feito a fisioterapia, talvez pudesse ser o diferencial para eu obter sucesso no meu parto normal. Mas, de toda forma, essa foi uma escolha consciente. Com a pandemia de COVID, achei mais prudente não fazer a fisioterapia, para minimizar o risco de exposição à doença.
4 - E por último, não contratei uma doula. Eu realmente julgava desnecessário ter alguém contratado para me apoiar durante o parto; eu imaginava que meu marido pudesse me proporcionar esse apoio. Mas a verdade é que isso não aconteceu. Não obtive dele o suporte físico nem emocional que eu esperava, e isso foi na realidade bem triste para mim. Para além de não ter estudado e aprendido formas de me auxiliar com a dor (exercícios, massagens, posições), em alguns momentos enquanto eu fazia força, ao invés de estar me dando suporte emocional, ele estava mexendo no celular... Acredito que, dependendo do parceiro, uma doula pode ser dispensável sim. Mas (e para mim é difícil admitir isso), esse não é meu caso. Ter alguém ali me dando suporte emocional e me auxiliando com a dor (me propondo exercícios motores e de respiração, fazendo massagem, etc) certamente teria feito bastante diferença, e poderia mesmo ter sido o diferencial para eu obter êxito no meu parto.
Verificado tudo isso, fico um pouco triste de pensar que algumas coisas simples poderiam ter me ajudado a realizar esse sonho de vivenciar um parto normal, e que não ocorreram. Se eu tivesse assistido ao documentário antes ou me informado um pouco mais, provavelmente não teria autorizado essa indução/aceleração desnecessária do meu trabalho de parto. Talvez eu também não tivesse começado a fazer força no momento em que a médica me orientou a fazê-lo, e sim teria aguardado a vontade de expulsar... Caso algum dia eu venha a ficar grávida novamente (não sei se isso irá ocorrer, já que o marido não quer mais filhos), certamente vou me informar ainda mais, vendo todos os filmes/documentários e lendo ao máximo tudo que puder. Além disso, vou fazer exercícios e fisioterapia pélvica (que não fiz dessa vez por causa da pandemia), e certamente contratar uma doula.
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