Mesmo tomando todas as precauções que estavam ao nosso alcance, Nícolas contraiu COVID.
Na terça-feira da semana passada, pouco tempo após deixá-lo na creche, me telefonaram pedindo para buscá-lo. Ao chegar lá, explicaram que a cuidadora dele havia passado mal no fim de semana anterior, fez o teste na segunda (e naturalmente não foi trabalhar nesse dia) e na terça recebeu o resultado positivo. Sendo assim, a creche toda iria permanecer fechada durante uma semana, até que se descobrisse a dimensão do "surto" e para evitar novas contaminações, e a turma do Nícolas e suas famílias teriam que permanecer 14 dias em quarentena. A princípio Nícolas estava bastante bem. Eu senti ele levemente mais quente nos dias seguintes, mas medimos sua temperatura a todo momento e ele não apresentou febre hora nenhuma. Fora isso, ele não teve absolutamente nenhum sintoma: estava disposto, alegre, com apetite, e estávamos convencidos que ele não tinha nada.
Até que eu comecei a me sentir meio mal (enjôo acompanhado de vômito - eu já havia passado dessa fase de enjôos da gravidez - dor de cabeça, muito cansaço, sensação incômoda nas pernas), e pensei que eu pudesse estar contaminada. Então fomos os 3 (eu, marido e Nícolas) fazer o teste rápido, drive-thru. Tanto o meu quanto do meu marido deram negativos, mas o do Nícolas deu positivo (testamos o Nícolas 2 vezes, já que o resultado - tipo teste de gravidez de farmácia - estava bem clarinho no primeiro kit, e novamente deu positivo). No dia seguinte eu ainda fui fazer o teste PCR, porque não confiei no resultado do teste rápido, já que eu estava com alguns possíveis sintomas de COVID, mas deu novamente negativo. Provavelmente os sintomas eram da gravidez mesmo: ter passado uma semana presa em casa com o Nícolas de "quarentena reforçada" realmente me deixou bastante cansada, levando então a esses sintomas.
Somente depois do resultado positivo do Nícolas é que o marido foi liberado do trabalho para permanecer em quarentena em casa. Mas como só fizemos o teste após 10 dias do último contato do Nícolas com a professora, o marido ficou poucos dias em casa (até completarem os 14 dias do Nícolas), o que eu considero errado, pois se ele tivesse sido contaminado pelo Nícolas, já teria espalhado a doença no seu trabalho; acredito que ele deveria ter sido afastado do trabalho desde o momento em que o Nícolas também foi afastado da creche.
Ontem terminaram os 14 dias após último contato do Nícolas com a cuidadora infectada. Teoricamente ele já está livre do vírus. Só por precaução, vamos os 3 refazer o teste rápido amanhã, para confirmar que estamos todos negativados, e seguir com a vida "normal de epidemia" - isto é, mantendo o distanciamento social, usando máscaras, evitando ir à rua, mas o marido voltará ao trabalho, Nícolas voltará para a creche e eu voltarei a descer com a cachorra uma vez por dia.
Estamos aliviados por ele ter passado por essa doença tão tranquilamente. E estamos aliviados por ele não ter transmitido pra gente. Mas isso não é sinal para relaxarmos nos cuidados: falta muito pouco pra vacina chegar até nós, não queremos correr o risco de nos contaminarmos agora. Cada organismo é único e reage de uma maneira totalmente diferente e imprevisível a essa doença. O fato do Nícolas ter sido assintomático não significa que eu ou meu marido não teríamos complicações graves. Está exaustivo, todos estamos no nosso limite, mas agora é hora de fazermos o esforço final para impedir que a doença se alastre ainda mais.
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