sábado, 21 de março de 2020

Nossas noites


Desde o início eu decidi que não iria comprar berço para o Nícolas. Minha idéia era mantê-lo dormindo no meu quarto (num cestinho/bercinho/carrinho) nos primeiros meses, e depois migrá-lo para seu próprio quartinho, em uma caminha montessoriana, de forma que ele pudesse entrar e sair de maneira autônoma. Bem, esses "primeiros meses" se estenderam um pouco mais que o planejado, e ainda hoje, com seus 18 meses, Nícolas dorme conosco e não tenho pressa nenhuma que deixe de ser assim...

Para os primeiros meses, primeiramente pensei em comprar um mini berço, desses que acoplam à cama dos pais, mas desisti por causa do espaço que ocuparia no meu quarto. Depois cheguei a encomendar um ninho redutor de berço pelo Mercado Livre (minha ideia seria deixá-lo em cima da minha cama), mas tive problemas com a entrega e o pedido foi cancelado. Pouco depois desse episódio, descobri que esses ninhos, apesar de serem bem fofinhos e macios, representam risco de asfixia para bebês recém-nascidos, pois se a cabecinha acidentalmente virar de lado e  o rosto ficar em contato direto com a parede macia do ninho, o bebê pode não conseguir mudar de posição e ter dificuldades para respirar... Fiquei feliz da minha compra não ter sido bem sucedida e pesquisei outra opção que fosse mais segura. Por fim comprei um cestinho, que também ficaria em cima da cama, mas que, diferentemente do ninho, tem as laterais teladas de maneira que, se por algum motivo o rostinho do bebê ficasse de lado em contato com a tela (já vi isso acontecendo com o Nícolas), ele continuaria conseguindo respirar normalmente. Esse cestinho não é tão lindo como o ninho redutor e nem dá aquela sensação de "conforto", mas certamente a segurança do bebê vem em primeiro lugar.
Colocamos também uma grade de proteção na lateral da cama em que o cestinho ficaria (dessas para camas infantis) para evitar que o cestinho caísse no chão acidentalmente.
Nícolas dormindo tranquilamente em seu cestinho

Usei esse cestinho desde o primeiro dia que chegamos em casa até exatos 4 meses do Nícolas. Era muito cômodo para mim tê-lo deitado ali ao meu lado, de forma que eu não precisasse me levantar para verificar cada vez que ele fazia um ruído diferente ou cada vez que ele não fazia um ruído (mãe tem dessas... por diversas vezes verifiquei se ele estava respirando, pois estava silencioso demais... hehehe)
Nos dois primeiros meses, sempre que ele acordava durante a noite eu me levantava, pegava ele do cestinho e ia para o quarto ao lado, onde ficava minha cadeira de balanço e o trocador dele, para amamentá-lo e posteriormente trocar a fralda. Fazia isso pois eu não tinha segurança para amamentá-lo sentada na cama (eu tinha medo de adormecer e ele cair do meu braço pra cama em uma posição errada e sufocasse ou algo assim), e também porque eu tentava atrapalhar o mínimo possível o sono do meu marido. Pra mim (para nós) era importante que ele estivesse o mais descansado possível para poder me auxiliar no que pudesse ser útil durante o dia. Como não havia nada realmente concreto que ele pudesse fazer para me auxiliar durante a amamentação noturna, pra mim não faria nenhum sentido acordá-lo somente porque eu estava acordada.
Com 2 meses dessa rotina, comecei a ficar muito cansada de me levantar várias vezes (de 3 a 6 vezes) todas as noites e passei a amamentar sentada na cama. Também fui diminuindo as trocas de fralda noturnas aos poucos - no início eu trocava após cada mamada, depois comecei a fazer as trocas uma vez sim, uma vez não, e fui diminuindo gradativamente até chegar ao ponto de não fazer mais trocas de fralda durante a noite, então não havia necessidade sair da cama.  Aos poucos minha posição de "sentada"na cama foi ficando cada vez mais horizontal, até que comecei a amamentá-lo deitada. Algumas vezes eu cochilava durante as mamadas e acordava um tempo depois que ele já havia acabado de mamar, e só então o colocava novamente no cestinho. Houve vezes de eu adormecer e só acordar quando ele estava resmungando querendo mamar novamente - ou seja, umas 2 horas depois. Então no dia que ele completou 4 meses, resolvi aposentar de vez o cestinho e deixar que ele passasse a noite inteira solto na minha cama. Foi ótimo!!! Ele resmungava, eu dava o peito deitada mesmo, e ele mamava enquanto ambos dormíamos. Muito menos cansativo do que antes!! Fez uma diferença enorme na minha qualidade de sono e de vida. Ainda hoje fazemos assim e eu realmente não consigo imaginar como seria estar há mais de 1 ano e meio tendo que me levantar durante a noite para acalmá-lo e amamentá-lo.

Já houve vezes que meu marido reclamou do Nícolas estar ocupando espaço demais na cama (é impressionante como um bebezinho ocupa tanto espaço), ou tirando nossa "privacidade". Chegamos a tentar, uma vez, deixá-lo dormir a noite toda no seu quartinho, mas ele acordou chorando no meio da noite e só ouvimos depois de bastante tempo (geralmente dormimos com o ventilador ligado, que faz bastante ruído), e foi tempo suficiente para ele chorar muito, ficar muito nervoso e desesperado... Nos sentimos tão culpados que prometemos que não faríamos isso de novo...

Recentemente ganhamos uma babá eletrônica de uma amiga. Resolvemos então fazer uma nova tentativa de tirar o Nícolas da nossa cama, pelo menos pelas primeiras horas da noite. Combinamos que o deixaríamos dormindo sozinho até quando ele acordasse pela primeira vez e aí então iríamos buscá-lo e deixar que passasse o resto da noite em nossa cama. Fizemos o teste uma noite e funcionou bem. Só o que não foi muito bem foi o vazio que senti sem meu bebezinho ali comigo...
Apesar de ocupar espaço, se mexer e me chutar a noite toda, gosto tanto de ter aquele filhinho amado dormindo aconchegadinho comigo...
O tempo passa tão rápido, e logo logo ele vai deixar de ser meu bebê. Se eu não aproveitar para dormir abraçada com aquele pacotinho quente e rechonchudo agora, quando então vou fazer isso?
Estou muito inclinada a desistir dessa ideia de tirá-lo da minha cama, pelo menos por enquanto.

E para as pessoas que gostam de dar opinião mesmo sem ser solicitada e insistem em me dizer que eu não deveria deixar ele dormir comigo tanto tempo porque ele "vai acostumar e não vai mais querer sair da minha cama", eu respondo que não me preocupo, tenho certeza que antes dos 30 ele vai querer dormir sozinho sim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário