quarta-feira, 1 de janeiro de 2020
Retrospectiva 2019
Final/início de ano é uma época muito convidativa para refletirmos sobre o que fizemos no ano que passou, e o que queremos fazer no ano que está se iniciando. Eu adoro essa época. Sinto o clima de otimismo pairando no ar, e me motivo muito para traçar novas metas/resoluções. Então vou aproveitar esse momento e registrar aqui tudo que aconteceu em 2019, e o que espero para 2020.
Iniciei o ano de licença maternidade, me dedicando exclusivamente a um bebezinho de 3 meses, e terminei o ano tendo que equilibrar a balança entre meu trabalho, minha casa, meu casamento e cuidar de um garotinho sapeca de 1 ano e 3 meses. Nesse meio tempo, passamos por muita coisa: Nícolas aprendeu a se arrastar, a sentar, a engatinhar, se levantar, andar com apoio, e agora em dezembro já está caminhando pra lá e pra cá sem nenhum apoio (o equilíbrio ainda não está perfeito, mas ele anda).
Em janeiro, eu e meu marido fizemos uma peregrinação por algumas creches, e escolhemos em qual creche iríamos matricular nosso bebê.
Em fevereiro, iniciamos a introdução alimentar do Nícolas, aos 5 meses e meio. Começamos pelo método BLW, depois tivemos que migrar pro método tradicional, por ser mais complicado dar continuidade ao BLW na creche e sem a livre demanda.
Em março o Nícolas completou 6 meses. Fizemos um piquenique para comemorar, somente com familiares e amigos próximos. Foi uma reunião muito gostosa. Assim que ele completou os 6 meses, minha licença maternidade acabou, eu voltei pro trabalho e ele foi para a creche. Fomos pegos de surpresa, pois eu imaginava que ainda teria 1 mês de férias após a minha licença, mas apesar de não termos o tempo que eu desejava para o processo, tudo transcorreu de maneira bastante tranquila na adaptação do Nícolas na creche. Ele ficou super bem e gostou das cuidadoras desde o início; aceitou muito bem a mudança brusca na alimentação (de leite materno exclusivo para 4 refeições sólidas/pastosas por dia) e se acostumou fácil à nova rotina. Além do Nícolas, também tive uma grande mudança de rotina. Depois de quase 2 anos sem trabalhar (1 ano de licença na Colômbia, 3 meses na transição entre a antiga cidade que eu morava antes de ir pra Colômbia e a cidade atual, e mais 6 meses de licença maternidade), voltei para a ativa. Minha adaptação também foi muito mais fácil do que eu esperava. Na realidade, apesar da saudade que senti do Nícolas, foi quase um alívio voltar a trabalhar e perceber que eu era algo mais além de mãe. E o ambiente do quartel que eu vim trabalhar é excelente, em termos de organização do trabalho, e também em relação ao pessoal. Fiquei bastante feliz no meu novo trabalho.
Em abril, maio e junho continuamos nos adaptando às mudanças de rotina, mas não aconteceu nenhum fato marcante.
Em julho, nos mudamos. Como tínhamos a previsão de nossas enteadas virem morar conosco em 2020, já estávamos planejando uma mudança para um apartamento maior. Aí surgiu uma boa oportunidade: um apartamento no mesmo prédio em que já morávamos, mas bem maior, e com varanda (pra mim era importante ter varanda, por causa das cachorras) e a um preço abaixo do valor de mercado, ficou disponível. Fiz a proposta para alugar, e após algum tempo, o apartamento ficou vago pra gente. Minha irmã foi morar no apartamento que estávamos, então pudemos fazer a mudança com um pouco mais de calma (até hoje ainda tem algumas coisas nossas no apartamento dela, já que lá tem mais armário, apesar de ser menor. Estamos tirando tudo com calma de lá).
Em agosto comecei os preparativos pro aniversário de 1 ano do Nícolas.
Em setembro o Nícolas completou o seu aninho, e tivemos duas comemorações: uma festinha bem pequena na creche, somente para 4 adultos (eu, marido, e as duas avós do Nícolas - meus sogros vieram a Brasília para o aniversário), e um brunch vegano no salão de festas na cobertura do nosso prédio. Ambas as festas foram bem simples, sendo o brunch mais trabalhoso, já que não contratei nenhuma empresa para organizar, então eu fiz tudo (desde a organização, convites, lembrancinhas, decoração e comidas). Gostei muito mesmo do resultado. Foi uma festa íntima, simples e bem . animada
Em outubro e novembro não tivemos nada marcante.
Em dezembro iniciaram as férias do Nícolas, e com elas começamos a ter que fazer malabarismo para ficar com ele em casa. Estamos eu e marido nos revezando entre férias e recessos, para sempre ter alguém em casa com ele. Até hoje houveram duas sextas-feiras que tivemos que ir com ele para o trabalho - numa sexta ele passou a manhã com meu marido no trabalho, e na sexta seguinte, foi minha vez. Além disso, no meio de dezembro minhas duas enteadas vieram pra nossa casa. A mais nova, de férias (com possibilidade de ficar, caso o processo de mudança de guarda finalize por agora), e a mais velha, para ficar (ela completou 18 anos em novembro, então agora não precisa mais de autorização para ficar). A mais velha trouxe também sua cachorrinha para morar conosco. Eu estava meio apreensiva em relação à vinda das meninas, mas essas duas semanas que elas estão aqui tem me tranquilizado. Precisamos, claro, fazer alguns ajustes na rotina, mas acho que vai ser bem tranquilo nos adaptarmos a elas. São meninas muito meigas e fáceis de lidar.
Sobre tudo o que passei, com certeza o lado mais marcante em 2019 foi a maternidade. E devo dizer que estou bastante satisfeita com o trabalho que tenho feito como mãe (e com o trabalho que meu marido tem feito como pai). Acho que estamos conseguindo ser os pais que queremos ser para nosso filho, e estamos muito afinados sobre o que achamos melhor. Claro que não somos perfeitos, de forma alguma. Em alguns momentos o cansaço é muito grande. Mas acho que temos trabalhado muito bem como equipe, e sempre que um está mais exausto, o outro prontamente assume uma parte maior da carga, de maneira espontânea e natural. Como casal, não estamos tão bem como já fomos um dia (a chegada de um filho mexe muito na estrutura de um casamento), mas como pais estamos completamente sintonizados, e acho que isso é o mais importante, nesse momento. Podemos (e pretendemos) consertar as falhas que estão aparecendo no nosso casamento, mas teremos tempo pra isso. Já a primeira infância do nosso filho, vai passar em um piscar de olhos, e se não estivermos atentos, quando nos dermos conta, já terá passado.
Temos praticado uma maternagem/paternagem bastante respeitosa e carinhosa. Tentamos deixar o Nícolas o mais livre possível para explorar seus limites e se desenvolver. Tentamos ao máximo evitar de falar "não" para ele (não queremos ensiná-lo a ser uma pessoa submissa com uma obediência cega), mas quando precisamos limitá-lo em algo, tentamos fazer da maneira mais amorosa possível, explicando os motivos para aquela proibição (de mexer em algo perigoso, ou ter que deixar o brinquedo na prateleira da loja, por exemplo) ou obrigação (de colocar a fralda, tomar vacina, limpar o nariz, e outras coisas que ele não queira fazer). Nunca gritamos com ele, nunca brigamos ou colocamos de castigo. E agredir fisicamente (mesmo com uma "palmadinha", como alguns dizem) está completamente fora de cogitação. O maior termômetro de que essa forma de educar funciona, é o próprio Nícolas. Ele está se transformando, a cada dia, em um garotinho curioso, independente, seguro, carinho e muito feliz. E isso enche nossos corações de alegria.
Até hoje ele nunca comeu alimentos industrializados (nem o "inocente" biscoito de maizena), e sua ingestão de açúcar é bastante limitada (se resume praticamente a açúcar das frutas em forma de suco). Ele gosta de todos os alimentos que lhe são ofertados, desde frutas até jiló e berinjela! A única coisa que ainda não come são alimentos duros, como folhas, caules e raizes cruas, pois ele ainda não tem dentes para mastigar.
Evitamos bastante telas (apesar que nos últimos 15 dias ele andou acompanhando um pouco a irmã do meio enquanto ela assistia a desenhos - isso é algo que teremos que limitar quando/se ela vier morar conosco), e nos orgulhamos bastante desse fato. Enquanto outros bebês estão "hipnotizados" por filminhos em tablets e celulares, o Nícolas está curioso mexendo em tudo, andando de um lado para o outro, assistindo como se dão as interações sociais das pessoas. É lindo ver como ele gosta de se sentar à mesa e fazer as refeições junto de todos. Ele imita nossos movimentos, quer provar a nossa comida, quer se comportar como as demais pessoas. Se ele tivesse o hábito de estar sentado com uma tela, apenas em uma posição apática de receber a comida sem nem prestar atenção no seu entorno, certamente nos daria muuuuito menos trabalho, mas acreditamos que o desenvolvimento social dele não estaria completo. É um esforço que estamos fazendo e que acreditamos que lhe renderá bons frutos no futuro.
Para 2020, teremos muitas mudanças. A maior delas certamente será nos reescrevermos como família com a presença das minhas duas enteadas (a menor ainda não é certo, mas tem uns 99% de chance de vir também). Como eu falei, elas são duas meninas muito queridas, mas trazem alguns hábitos que não são os que queremos desenvolver no Nícolas (como o hábito de ficar horas e horas na frente de telas - alternando entre computador, celular e televisão, e outros um pouco mais pessoais, que não vou citar aqui), então teremos que tratar tudo com muita cautela. Não temos a pretensão que elas modifiquem seus hábitos da noite para o dia, mas também não queremos que a vinda delas prejudique o trabalho que estamos desenvolvendo com o Nícolas.
Também, pretendo me conectar melhor com meu marido nesse novo ano. Acabamos mergulhando tão a fundo na maternidade/paternidade, que acabamos nos esquecendo de cultivar também nossa vida a dois. Espero nesse ano podermos retomar (ou reescrever) nossa história como casal com mais sintonia.
E, por fim, vou mudar novamente de trabalho. Vou pra um outro quartel em fevereiro. Não foi uma mudança provocada por mim nem por alguém do meu quartel; foi uma ordem vinda do escalão superior. De início eu fiquei bastante chateada, já que estou gostando muito do meu atual trabalho, e tentei muito modificar essa decisão. Mas, por fim, aceitei que é inevitável, e já comecei a ver vantagens no novo trabalho. Acredito que profissionalmente vai ser melhor pra mim, e pessoalmente também teremos algumas vantagens, como por exemplo, a redução da carga horária, que vai me possibilitar contratar um pacote menor de permanência para o Nícolas na creche (atualmente tenho que chegar às 8h00 no meu trabalho; no novo quartel será às 9h00), o que vai possibilitar que ele acorde com mais calma (atualmente nossas manhãs são sempre bem corridas) e que economizemos um valor razoável com a redução do pacote.
Apesar de não ter sido um ano fácil, 2019 foi maravilhoso para mim. Cresci muito como mulher e sinto que floresci e me realizei como mãe. Nunca imaginei que a maternidade seria TÃO desafiadora, mas tenho amado essa função. E aquela questão da culpa materna que sempre ouvimos por aí, que a mãe sempre acha que não é boa o suficiente, bem, posso dizer que estou me saindo muito bem nesse quesito - ou seja, não me culpo por tudo não. Não que eu me ache uma mãe perfeita. De maneira alguma. Mas acho que consigo olhar pra mim mesma com compaixão, e tenho certeza que estou fazendo (ou tentando fazer) o meu melhor, dentro das minhas possibilidades. Eu gostaria de ter mais energia e mais disposição pra brincar com meu bebê? Sim, gostaria. Também gostaria de ter mais paciência em alguns momentos. Mas eu consigo entender que minhas forças têm limites, e não me culpo por isso. Brinco e cuido dele dentro das minhas possibilidades. E me permito também momentos de cansaço. Sou humana, antes de ser mulher ou mãe. E assim tenho levado a maternidade, não de maneira fácil, mas leve.
E que venha 2020, com novos desafios e novas realizações.
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