Vários foram os fatores que mudaram ao mesmo tempo, e me trouxeram desafios diferentes daqueles experimentados no primeiro semestre. Foram eles:
* O aspecto das fezes do Nícolas mudou completamente depois da introdução alimentar. Quando ele se alimentava exclusivamente de leite materno, eu colocava as fraldas sujas de fezes direto na máquina, mas isso se tornou impossível depois que ele passou a comer comida (e a fazer "cocô de adulto").
* Também depois da introdução alimentar, o Nícolas, que praticamente não evacuava mais nas fraldas, mudou a frequência e horário de evacuar (antes isso estava bem estabelecido), e parece que pegou raiva do penico. Vejo relatos de pais que dizem que a higiene natural passa por retrocessos mesmo, então não insisti, e quando ele não quer usar o penico, deixo que evacue na fralda, sem problemas.
* Além da mudança de frequência e horários para evacuar, ele também começou a ir pra creche, e lá eles não fazem o processo de higiene natural. Nas primeiras semanas ele só evacuava em casa, mas a partir do momento em que começou a se sentir mais confortável na creche, passou a evacuar lá também, sempre na fralda.
* Com a minha volta ao trabalho, passei a acumular por mais tempo as fraldas sujas antes de lavar, já que não tinha mais a mesma disponibilidade para lavá-las como no período em que estava em casa
* O inverno chegou, e meu varal, que antes pegava pouco sol, passou a não pegar sol nenhum.
* Somado ao item anterior, o clima esfriou, e as fraldas, que antes secavam relativamente rápido, passaram a demorar muito mais para secar.
Todos esses itens somados, resultaram em fraldinhas fedorentas... Assim que saíam do varal, elas não apresentavam um cheiro tão forte, mas bastava eu colocar no Nícolas, e pouco tempo depois (provavelmente quando ele fazia o primeiro xixi), o cheiro ruim já ficava bem perceptível. Isso era particularmente forte nas fraldas que comprei na primeira leva (as com uma camada de impermeável entre a camada interna absorvente e a externa), mas nas fraldas das segunda e terceira levas (as com camada externa em pull) também notei esse cheiro, embora mais fraco.
Pra resolver o problema do cheiro, tentei fazer um molho e lavagem com bicarbonato de sódio, mas parece que ele reagiu com o tecido impermeável das fraldas da primeira leva, e essa camada ressecou e começou a se desfazer... Dessa forma, essas fraldas começaram a vazar após 1 ou 2 horas de uso, mais ou menos... Ainda fiquei por um tempo utilizando elas, com o cuidado de fazer trocas mais frequentes, mas por fim terminei por aposentá-las... Estão guardadas em casa, esperando eu decidir o que fazer (tenho pensado se guardo pra usar quando Nícolas estiver na época do desfralde, se corto e uso a parte absorvente como absorvente das fraldas de bolso, ou se faço uma doação pra alguém com poucos recursos - antes elas do que nenhuma, né?)
Depois desse problema com o mau cheiro, criei uma certa aversão pelas fraldas AIO. Porque, caso minhas fraldas fossem do modelo "bolso", eu poderia fazer uma lavagem profunda somente nos absorvente, com água sanitária, ou mesmo fervê-los, para solucionar o problema do cheiro. Mas no caso das AIO, isso pode danificar a parte plástica das fraldas...
Conversei com uma revendedora de fraldas de pano, e ela me contou que parou de trabalhar com fraldas AIO justamente por causa dessa questão do meu cheiro, que pode chegar a um ponto que se torne quase impossível solucionar...
Ela também me orientou a lavar as fraldas com um sabão mais forte, "omo sport", e em uma quantidade normal para lavar roupa muito suja, como são as fraldas (ao contrário do que alguns fabricantes falam - para lavar com bem pouco sabão de coco, que é mais suave).
No meio disso tudo, me mudei, e o novo apartamento que moro tem uma varanda enorme que pega bastante sol!! Com a mudança do sabão para lavagem e o sol novamente disponível para secar as fraldas, o cheiro ruim sumiu, mesmo nas fraldas AIO segunda geração (as da primeira geração foram definitivamente aposentadas porque o impermeável estragou, apesar de essas também não apresentarem mais cheiro ruim).
De toda forma, como as AIO que eu havia comprado inicialmente (com o tecido impermeável intermediário) estragaram, eu teria que comprar mais fraldas, então decidi ir aposentando aos poucos as minhas AIO, e começar a investir em fraldas de bolso. Assim, comprei 8 fraldas de bolso com interior em dry-fit, e mais 5 absorventes faixa de melton (eu já havia comprado 6 absorventes pequenos de melton antes).
Então, aprendi com essa experiência que:
* Fraldas sujas são realmente sujas, e devem ser tratadas como tal. Usar sabão suave e em pequena quantidade, não vai ser suficiente para limpá-las, e vai dar mau cheiro. Portanto, para lavá-las, deve-se usar sabão na quantidade indicada pelo fabricante do sabão, e deve-se de preferência usar um sabão específico para roupas sujas e com forte odor (como é o caso do OMO Sport).
* Sol é essencial, principalmente para quem usa fralda AIO. Quanto mais sol as fraldas pegarem, menos cheiros e manchas elas vão apresentar.
* Fraldas AIO só funcionam para quem mora em uma cidade seca, quente e tenha onde deixá-las pegando muito sol. Caso contrário, será decepção na certa
Solucionado o problema do mau cheiro, ou ainda enquanto estávamos no meio desse problema, surgiu o segundo problema: os vazamentos noturnos frequentes. Esse assunto vou tratar na Parte 3 do "Resumo de um ano de Fraldas de Pano"
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