domingo, 24 de fevereiro de 2019

Puerpério e o quartinho inexistente



Puerpério é uma fase estranha. Eu nunca tinha ouvido falar de puerpério até pouco tempo antes do meu parto, e quando ouvi as pessoas falando sobre a montanha russa de sentimentos, achei que fosse exagero. Mas é uma fase bem louca mesmo. Durante meu puerpério, eu realmente me sentia outra pessoa, e me perguntava se eu voltaria a ser quem eu era antes... Os hormônios simplesmente me transformaram de uma forma tal, que eu realmente não me reconhecia...
E nessa montanha russa de sentimentos, o que eu mais fazia era chorar, por tudo e por nada... Choro de alegria, choro de emoção, choro de medo, choro de insegurança, mas principalmente choro de tristeza. E os principais motivos da minha tristeza eram: o fato de eu não ter tido o meu tão desejado parto natural, e o fato de eu não ter preparado previamente um quartinho de bebê.

Me considero uma pessoa bem racional (às vezes até demais), e racionalmente falando, não fazia nenhum sentido ter um quarto de bebê montado antes do meu parto. Primeiro, porque eu já estava decidida que o bebê dormiria conosco pelo menos nos primeiros meses (inclusive compramos um cestinho para ele dormir em cima da nossa cama). Segundo, a mudança só chegou quando eu já estava com 8 meses de gravidez, e o futuro quartinho do bebê foi onde as caixas ficaram guardadas (pra não ficar bagunça espalhada pela casa toda) - como eu falei nesse post. E terceiro, porque nesse meio tempo minha enteada mais velha disse que queria vir morar conosco a partir de dezembro de 2018, então não faria sentido arrumar o quarto pro bebê e pouco tempo depois desmontar (já que nosso apartamento tem apenas 2 quartos).
Mas mesmo com todos os motivos existentes, eu me sentia a pior mãe do mundo por não ter preparado um quartinho para recepcionar aquele serzinho tão querido que chegava para mudar nossas vidas para sempre. Achava que ele se sentia pouco amado por isso, mesmo racionalmente sabendo que tudo o que ele precisava (carinho, colo e leite) nós estávamos suprindo.

Quando o puerpério passou, esse sentimento de tristeza e culpa pelo quarto parou de me assombrar, mas de toda forma eu ainda estava com vontade de arrumar um cantinho especial pro meu bebê (até porque, arrumar o quartinho de um filho é algo delicioso). Então montei de maneira meio improvisada, com coisas que eu já tinha em casa, um quartinho montessoriano. Aos poucos tenho incrementado o quarto (ainda pretendo colocar um espelho grande e as barras pra quando o Nícolas começar a querer ficar em pé), e tenho gostado do resultado. Não está exatamente o "quarto de bebê dos meus sonhos", mas isso porque ainda não temos certeza se o quarto vai continuar sendo do Nícolas (a enteada mais velha decidiu que não vem morar conosco, mas agora está na justiça o processo para decidir se a enteada mais nova virá). Então enquanto não tivermos certeza de quem será o dono do quarto, não quero comprar nada muito grande, ou fazer grandes modificações.
De toda forma, o Nícolas tem passado cada vez mais tempo no seu quartinho, inclusive dormindo na sua cama (que na verdade é um colchão normal de solteiro) em diversos momentos durante o dia e também parte da noite.
E essa experiência tem me ajudado a comprovar (como eu sempre acreditei) que não é necessário um investimento gigantesco para preparar um lugarzinho especial e confortável pra um filho que chega.


Primeira configuração do quarto do Nícolas


Segunda configuração: inclusão do espaço de brincar separado do espaço de dormir

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