No último domingo estávamos andando de carro, Nícolas e eu, e no rádio tocava uma música que dizia:
- se ganho a moça tenho meu castigo, o qu'ela fez com ele, vai fazer comigo...
O Nícolas na hora me falou:
- Mamãe, eu quero um castigo...
Contive o riso e perguntei se ele sabia o que era um castigo, e ele respondeu que não.
Nesse momento, meu coração se iluminou. Sem falsa modéstia (não sou dessas), senti um orgulho enorme pelo meu filho ter chegado até quase 5 anos de idade sem receber, temer ou sem ao menos saber o que é um castigo... Sinto orgulho porque grande parte disso é, sim, devido à forma como eu e o pai conduzimos a educação dele. Nícolas é uma criança realmente maravilhosa, mas é claro que, como qualquer criança, em alguns momentos apresenta certos comportamentos desafiadores. E nessas horas é que, tomados pelo senso comum ou simplesmente pelo cansaço, poderíamos ceder à tentação de usar castigos para conseguir dobrá-lo. Mas ao invés disso, nos mantemos firmes no propósito de entregar aos nossos meninos uma educação mais respeitosa do que a que tivemos, baseada em diálogo e respeito, e não em chantagens, ameaças e medo.
Outra parcela do mérito devo à escola, que também segue a mesma linha de raciocínio que a nossa, e não acredita que punição, humilhação ou qualquer forma de constrangimento à criança é uma forma válida para educar.
Nícolas afirmar que não tem a menor ideia do que é um "castigo", foi um troféu muito maior do que qualquer prêmio pretensioso de "melhor mãe do mundo" que as escolas normalmente gostam de enviar para as casas na data de dia das mães.
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