Semana passada resolvi levar um cookie para o trabalho, para comer perto do final da tarde, para me dar "energia" para a corrida que eu pretendia realizar após o expediente. Mas por volta de umas 14h00 eu estava meio estressada com o trabalho, lembrei do cookie e resolvi comer naquele momento mesmo. E comi, sem nenhum problema. Se alguém tentasse me impedir de comer meu cookie naquela hora, obviamente eu ficaria bastante indignada (afinal de contas, o que alguém teria que se meter no fato de EU querer comer o MEU cookie na hora que eu achasse melhor?) e se a pessoa por fim me proibisse de comer, eu ficaria extremamente furiosa, e com razão. E sinceramente acredito que a maioria das pessoas (senão todas) entenderia meus motivos para me chatear com a essa proibição arbitrária.
Por coincidência, no mesmo dia uma mulher que participa de um dos inúmeros grupos de whatsapp que eu participo sobre criação de crianças, mandou uma mensagem relatando que sua sobrinha é uma criança difícil, que não sabe obedecer, que não respeita regras, e narrou que no dia anterior a menina havia levado um danoninho para comer no lanche da escola mas que quis comer antes do horário certo, a professora proibiu, e ela protestou com a professora por causa disso...
No momento que eu li esse relato, eu lembrei do meu cookie, e tracei o paralelo... Se eu tenho direito de comer meu cookie no horário que eu bem entender, porque a criança não pode ter a mesma liberdade? Se eu me chatearia se alguém quisesse me impor um horário para comer meu cookie, porque a criança tem que aceitar submissa e passivamente as ordens abusivas dos adultos, não tendo sequer direito a se chatear e protestar? Por que os adultos tem essa necessidade enorme de estabelecer regras e ditar normas para controlar absolutamente tudo que as crianças fazem o tempo todo?
Precisamos urgentemente reavaliar nossos próprios comportamentos enquanto adultos. O que chamamos de "mau comportamento", muitas vezes é apenas um ato de resistência da criança contra a tirania do adulto. Vamos libertar nossas crianças!
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