sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Pedalando pra escola: pequenas ações que valem muito


Sempre que vamos pra escola (de carro), Nícolas vê pessoas transitando de bicicleta. Talvez por isso, ou talvez porque uma das colegas vai e volta todos os dias pra escola na bicicleta do pai, Nícolas teve a ideia de ir pra escola de bicicleta. Ele me falou isso um dia enquanto voltávamos pra casa, e eu respondi um "vamos ver, quando der", mas já na intenção de enrolar, já que a distância entre nossa casa e a escola não é possível para ele ir pedalando, e nem tem uma ciclovia contínua até lá (alguns trechos são bem perigosos mesmo para trânsito de bicicleta). Mas no dia seguinte dessa nossa conversa, ele se levantou muito animado para ir pra escola de bicicleta, e ficou MUITO frustrado quando eu falei que íamos de carro (na cabecinha dele, estava combinado que ele iria, mesmo eu não tendo feito tal afirmação - mas também não fui clara na negativa).
Acredito que, nesse contexto, a maioria dos adultos iria simplesmente dizer que não é possível e ponto final, e esperaria que a criança se contentasse com sua frustração (de preferência sem lamentar, sem chorar, e se possível até mesmo ficando feliz). Mas, ainda bem, eu tento não me acomodar nesse lugar da "maioria dos adultos" que não têm empatia pelas crianças. Então fiquei pensando em como poderíamos fazer para que o Nícolas fosse de bicicleta pra escola... E por coincidência, na semana seguinte a esse episódio, o pai não precisava chegar tão cedo no trabalho (normalmente eu deixo o marido no trabalho, depois deixo os meninos na escola e depois vou pro meu trabalho), e então fizemos o seguinte: Fomos todos juntos pra escola de carro, como sempre, com a bicicleta dele no porta-malas. A uma certa distância da escola, onde já havia ciclovia, o pai desceu com ele e a bicicleta do carro, e ele foi pedalando, enquanto eu segui com Vinícius e as mochilas até a escola.

Nícolas ficou MUITO FELIZ em chegar na escola pedalando. Foi uma experiência incrível pra ele. No outro dia ele quis novamente, e explicamos que só seria possível nos dias que o pai pudesse ir junto deixá-lo na escola, e ele entendeu perfeitamente, sem reclamação. Hoje tivemos oportunidade de repetir o feito, e dessa vez ele ficou um pouco mais longe da escola que da primeira... Novamente, ele ficou muito feliz, e fez até dancinha na hora que o pai avisou que ele iria de bicicleta...

Foi uma ideia pequena, boba, que não nos custou muito trabalho, mas que pra ele fez uma diferença enorme. Com certeza essa lembrança ficará na memória dele, e o sentimento de que nos importamos com ele, com suas necessidades e com seus desejos, também vai estar presente em sua memória e seu coração.


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