quinta-feira, 19 de abril de 2018

A descoberta da gravidez


Logo no início do namoro (início mesmo), meu marido me falou que gostaria muito que tivéssemos um filho juntos. Pareceu loucura, mas na verdade já éramos muito amigos há algum tempo, nos conhecíamos bastante bem, e tínhamos bastante convicção que o relacionamento teria um futuro longo. Decidi embarcar nessa "loucura", cortei as pílulas e "deixei rolar".
Quase um ano se passou, e nada de eu engravidar, então fui buscar ajuda profissional (eu sabia que o problema provavelmente era comigo, pois ele já tinha outras duas filhas, e, afinal, meus ciclos sempre foram completamente desregulados). A médica me passou uns exames de sangue e constatou que devido a microcistos nos meus ovários, eu não produzia progesterona suficiente. Daí a causa dos meus ciclos longos e irregulares (variando de 30 a 70 dias!), e eu não ovular. Segundo ela, dificilmente eu iria engravidar sem um tratamento, que consistiria em reposição hormonal de progesterona. Ela me deu uma caixa dos comprimidos de progesterona, e me mandou usar durante um mês e repetir os exames, pra acompanhamento. Acontece que justamente quando ela me propôs iniciar esse tratamento, eu me mudei de país, e não pude mais me consultar com ela. Mas a charada estava resolvida: para engravidar, deveria fazer o tal tratamento.

Como ela havia me dado os comprimidos suficientes para um mês, resolvi tomá-los, mesmo sem previsão de retorno. Esperava que, assim, engravidaria. Mas não engravidei. Foi bem frustrante não ter essa expectativa atendida. Fiquei triste, e tomei uma decisão: Não iria fazer tratamento nenhum. Pode parecer uma decisão radical ou precipitada, mas eu realmente não queria ter que lidar com essa frustração mensalmente, durante não sei quanto tempo... Vejo relatos de casais que passam anos tentando ter um filho, e como isso acaba abalando a auto-estima da pessoa, e até mesmo desgastando a relação. Não estou dizendo que acho que seja errado os casais que insistem em engravidar. Só estou dizendo que não era o que eu queria. E assim tomamos uma nova decisão: iríamos adotar!

Adotar sempre foi uma vontade minha, independente se teria ou não filhos biológicos. Acho que essa é a forma mais bonita (e talvez desafiadora) de se tornar mãe. Então decidimos que assim que regressássemos ao Brasil, iniciaríamos o processo. Conversamos bastante sobre o assunto, e decidimos o perfil das crianças que queríamos (idade, sexo, número de crianças - queríamos adoção múltipla, de irmãos - possíveis doenças preexistentes, etc...). Comecei a ler sobre adoção, acompanhar alguns blogues com esse tema e me apaixonei pela idéia!

Até que, durante as férias, comecei a me sentir um pouco estranha... Já fazia 45 dias que eu não menstruava (o que, para mim, é completamente normal), estava sentindo muito sono (o que, para mim, também é absolutamente normal), mas havia um sintoma diferente: Eu estava sentindo uma sensação de fome o tempo inteiro. Mesmo tendo acabado de comer e meu estômago estando cheio, a "fome" não passava. E comecei a ficar enjoada das comidas de sempre. Falei com meu marido, e suspeitamos que eu poderia estar com gastrite ou com vermes. Decidi então que assim que possível eu iria tomar um remédio pra vermes, e se não melhorasse, iria procurar um gastro. Até que um dia cogitei a possibilidade de estar grávida... Será? Comprei um exame desses de farmácia, só por desencargo de consciência, e qual não foi minha surpresa quando apareceram as duas listrinhas... Positivo!!
Fiquei muito, muito feliz!! Já não estava mais "nos planos", mas foi uma surpresa muito bem-vinda! No dia seguinte fomos ao médico para verificar se estava tudo certo, e já pudemos ouvir os batimentos cardíacos daquele serzinho tão pequenininho e já tão querido!

A idéia da adoção não foi descartada, mas terá que ser adiada. Quem sabe para o segundo filho? Apesar de meu marido já ter outras duas filhas e eu realmente desejar que eles sejam amigos, acho que nada substitui um irmão que cresça junto de você (as minhas enteadas não moram na mesma cidade que nós, e terão uma diferença de idade considerável para o novo irmãozinho - 10 e 16 anos).

Mas isso tudo já são planos pro futuro. Agora vamos nos concentrar nesse bebê que está chegando! <3

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